quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Fazer Missões é participar da construção do projeto de Deus

Deus tem um projeto: manter comunhão com Seu povo. Isto é visto em vários momentos da história da redenção. No princípio Ele criou o homem e o colocou no Jardim do Edem onde o visitava (Gn 2.15; 3.8). Mas a desobediência do homem impediu que esta comunhão continuasse sem barreiras.

Mesmo assim Deus quer abençoar o homem com a Sua presença. Por isso deu início ao projeto da redenção. Este projeto será consumado quando o próprio Deus descer para habitar com os homens (Ap 21.3). Neste projeto Deus atua por fases (dispensações), em cada uma delas é concedido ao homem o privilégio de participar. Um exemplo disso ocorreu quando Deus ordenou a construção do tabernáculo (Ex 25-31; 35-40).

O nome “tabernáculo” vem do verbo “habitar”, na língua original do Antigo Testamento. Ele seria um santuário, isto é, um lugar colocado à parte, ou consagrado como símbolo da morada de Deus entre o povo, o palácio do Rei no meio dos seus súditos (Ex 25.8; 29.45). Deus não precisava de um lugar que simbolizasse sua morada (1 Reis 8.27) , mas o povo precisava ser constantemente lembrado de que Deus estava no meio deles, e que por isso deviam ser santos. Com o tabernáculo Deus estava cumprindo a promessa de tomar Israel como Seu povo, e ser o Deus de Israel (Ex 6.7).

O que é necessário para o homem participar do projeto de Deus? Em primeiro lugar: disposição para obedecer. O tabernáculo deveria ser feito conforme o modelo, a planta que Deus mostrara a Moisés (Êxodo 25.9, 40; 26.30; 27.8). Deus deixa isto bem claro. As instruções e os detalhes da construção formam a maior porção da segunda parte do livro do Êxodo (quando acampados no Sinai), mostrando que tudo deveria ser feito conforme as normas estabelecidas por Deus. A repetição da expressão “conforme o Senhor ordenou” também enfatiza esta verdade (Ex 35.4,10; 36.1; 39.1,5,7,21,26,29,31,32,42,43; 40.16,19,21,23,25,27,29,32-33).

Uma segunda atitude para cooperar com a obra de Deus é disposição para contribuir. Esta contribuição é feita com nossos recursos e nossos talentos. Deus deu ao povo de Israel o privilégio de doar os materiais para a construção do tabernáculo (Ex 25.1-7; 35.4-29). Esta doação era para ser de boa vontade, isto é, movida pelo coração, de modo generoso, livre e espontâneo. Esta é outra ênfase do texto (Ex 25.1; 35.5,21,22,29). Esta doação nada mais era do que a devolução do que Deus já havia doado ao Seu povo. Pois estes materiais estavam na posse de Israel porque Deus movera o coração dos egípcios para lhes darem (Ex 12.35,36). Um dia aquela oportunidade cessou (Ex 36.2-7), e os que não haviam doado, não puderam mais participar. Puderam ver a glória de Deus se manifestando na inauguração do tabernáculo, mas não tiveram a alegria de perceberam sua participação naquela obra.

A doação também foi de acordo com a possibilidade (Ex 35.23,24,27), as pessoas doaram o que tinham. Este é outro princípio para a contribuição no Reino de Deus, de acordo com aquilo que alguém tem (2 Co 8.12). O que importa é a boa disposição, que motiva a verdadeira generosidade, independentemente de quão pequena seja a soma disponível. É por isso que creio ser o dízimo uma das formas mais justas de contribuição, pois não há dízimo maior ou menor. Diante de Deus o dízimo de quem ganha cem mil é igual ao de quem ganha mil, pois é a décima parte para ambos. Quem alega não poder dar o dízimo porque ganha pouco, de fato manifesta que é pobre não de recursos, mas de boa vontade.

Outra maneira de contribuir com a obra de Deus é o uso dos nossos talentos, de nossas habilidades (Ex 28.3; 31.3-5; 35.10,25,26, 30-35; 36.1,8; 38.22). O Espírito de Deus havia capacitado pessoas para realizarem aquela construção e toda a arte que estava incluída. Além disso havia habilitado para ensinarem outros a fazerem a obra. O uso dos talentos também era a devolução e desenvolvimento daquilo que o próprio Deus já havia providenciado (Ex 31.1-6). Por isso não havia motivo para orgulho e soberba (1 Cor 4.7).

Nós também estamos participando da edificação de um tabernáculo, um templo: a Igreja de Cristo, o povo de Deus. Ela é o Corpo de Cristo, o modo como Deus habita com os homens hoje. Cooperar com esta obra exige obediência. É preciso fazer tudo seguindo as instruções de Deus, Ele é o Dono da obra, e o que fazemos é para agradar a Ele, e não a nós mesmos. Ele nos deu um manual, a Bíblia, que nos mostra como devemos proceder nesse templo que Ele está construindo, a Sua Igreja (1 Tm 3.14,15). Precisamos confiar nas instruções de Deus.

Também exige a doação de nossos recursos com alegria e de acordo com nossas possibilidades. Contribuir com recursos para a obra de Deus é uma questão de coração, de boa vontade, de valorizar aquilo que Deus valoriza, não de necessidade ou tristeza (2 Co 9.7). É um sinal de que foi alcançado pela graça, de que o coração foi movido por Deus, é não é mais um coração endurecido. Os que não contribuem com seus bens não tiveram o coração movido por Deus, e por isso ele ainda está endurecido para valorizar a obra de Deus, sinal de que a graça não lhes alcançou.

É interessante que, quando não usamos nossos recursos e talentos para Deus, vamos usar com coisas que nos afastam de Deus. O povo de Israel também nos mostra isso. Antes havia usado o ouro que Deus lhes dera para fazer um bezerro (Ex 32.2-4), e acreditaram que aquilo era o deus deles. Ainda hoje, as pessoas que são mesquinhas em contribuir com a obra de Deus, acabam desperdiçando seus bens e talentos em atividades que nãos lhes trará a alegria de ver a glória de Deus.

Creio que a maior alegria para os que contribuíram com dons e talentos foi ver a glória de Deus entrando no tabernáculo no dia da inauguração (Ex 40.34,35). Que inauguração fantástica! Hoje nós não vemos a glória que um dia será revelada através da Igreja. Atualmente ela está em construção. Mas um dia ela estará perfeita diante de Deus (Ef 5.25-27). Mas o exemplo do povo de Israel permanece para nós: desejo de obedecer+desejo de contribuir com recursos e talentos= um serviço que manifesta a glória de Deus. Isto é fazer missões.

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