quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

COMEÇANDO CADA DIA COM A ALMA SACIADA


A sensação de saciedade muito influencia nossa vida. Quando não se sente saciada as pessoas podem: comer compulsivamente, perder o humor e a alegria, sentir-se infelizes, entregar-se à bebida, ao sexo desenfreado, ou a qualquer outro vício. Sentir-se satisfeito é ingrediente imprescindível para que nossos dias de 2011 sejam felizes.

Estar saciado tem o significado literal de estar satisfeito por ter se alimentado o suficiente de modo que já não mais se experimenta fome ou sede. Foi isso que aconteceu com o povo de Israel depois de receber o maná (Sl 105.40), e também com a multidão que seguia Jesus, depois da multiplicação dos pães (Mt 14.20,37). A expressão carrega as idéias de fartura e abundância, de modo que a pessoa não tem necessidade ou carência, ela está completa daquilo que precisa. Isto causa uma alegria, por isso a palavra também dá a idéia de satisfação e contentamento.

Alimentar-se a ponto de ficar saciado é uma graça de Deus, pois é Ele quem farta a terra, os animais e os homens (Sl 104.13,16,28;105.40; 147.14). Portanto devemos manifestar nossa gratidão por esta bênção louvando-o, pois ter o suficiente é resultado da bondade de dEle (Jl 2.19,26;Ne 9.25; Sl 103.5).

Mas só há satisfação quando há obediência a Deus. Sem isso, por mais bem alimentados que estivermos, sempre estaremos insatisfeitos, e não haverá fartura que mate o nosso desejo (Lev 26.26). Foi isso que aconteceu com o povo de Israel no deserto, e depois em Canaã, quando abandonaram a Deus (Sl 78.29,30; Os 4.10; Am 4.8).

Sem Deus nenhuma riqueza satisfaz, sempre se busca mais, e nunca se sente completo (Ec 5.10; Hab 2.5).

Sem Deus nenhuma fome é saciada (Is 9.20; Mq 6.14).

Sem Deus nenhum dinheiro é suficiente para nos saciar (Ez 7.19).

Sem o temor de Deus o desejo sexual é insaciável (Ez 16.28,29).

Sem Deus, mesmo cheios, nos sentiremos vazios.

Ficamos devidamente saciados somente quando há obediência a Deus (Sl 81.13-16), porque a vida não está na abundância de bens (Lc 12.17), e sim em temer a Deus (Pv 19.23).

Por isso nossa maior fome, nosso maior desejo deve ser o de ser saciado com a presença de Deus. Este era o anseio de Davi, mesmo quando enfrentava intensa perseguição. Em contraste com os homens que almejavam apenas os bens desta vida, e ficavam satisfeitos em ter fartura das coisas terrenas, seu anseio era ver Deus, desfrutar da comunhão com Ele, era isso que o saciaria (Sl 17.14,15). O seu maior bem era Deus, pois sabia que na presença de Deus seria saciado de alegria (Sl 16.2,3,5). Quando teve que ficar exilado no deserto de Judá, seu maior desejo era a comunhão com Deus, era desfrutar do amor de Deus. Isto era comparável a participar de um grande e gostoso banquete, que saciava a alma (Sl 63.1-5). A suprema felicidade estava em ser escolhido por Deus para viver constantemente na presença Dele, e ficando saciado com a bondade e beleza que se manifestava no tabernáculo onde Deus era adorado (Sl 65.4).

Quando Deus não é nosso desejo maior, nossas prioridades serão invertidas, nossos desejos e prazeres ocuparão o lugar do Reino de Deus, e a insatisfação tomará conta de nossa vida, nosso dinheiro termina por ser gasto naquilo que não satisfaz (Is 56.11). Foi assim que o povo do pós-exílio se comportou, mais preocupado em ter suas casas bonitas, do que em construir a casa de Deus, buscaram uma vida farta, mas tiveram falta de vida (Ag 1.6).

Outro perigo que corremos quando nossa satisfação está nas coisas e não em Deus, é que podemos buscar Deus para ter as coisas, isto é o equivalente a usar Deus para nossos fins. Fazer de Deus um objeto, e não aceitar a realidade de que Ele é o Ser Supremo. Além disso, depois de estarmos saciados com estas coisas, esquecemos Deus. Esta foi uma das advertências feitas ao povo de Israel no deserto (Dt 6.10,11). Infelizmente, foi exatamente isso que o povo de Israel fez (Dt 31.20; Os 13.6).

A solução para isso é o louvor a Deus, reconhecendo que a fartura vem Dele (Dt 8.10-14). Também devemos orar pedindo que Deus nos guarde de achar que a vida está nas coisas (Pv 30.8,9). E imitar o apóstolo Paulo, fazendo de Deus a fonte de nosso contentamento, aprendendo a viver contente em toda situação (Fp 4.12). Tanto na vida farta, como na vida onde há falta.

Por isso Moisés orou para ser saciado pela graça de Deus cada manhã. Ele sabia que a vida sobre a terra era atormentada pela brevidade, ela simplesmente voava, e também pela pecaminosidade, que atraia a ira de Deus. Por isso orou, pedindo que Deus os fartasse com Sua graça, com Seu amor fiel, logo pela manhã. Só assim, eles poderiam ter dias alegres (Sl 90. 1-14). Porque é a bondade de Deus que nos farta a ponto de nos renovar (Sl 103.5; Jr 31.14).

John Piper, no livro, “Quando não desejo Deus” argumenta que esta oração deve ser pela manhã, porque convence nossa consciência de que isso é importante, por fazemos logo no início do dia, deixar para depois indica que não consideramos de valor. Também o que fazemos pela manhã tem a tendência de moldar o resto do nosso dia. Outra razão é que tomamos a iniciativa contra o inimigo, ao invés de esperar o ataque dele, nós golpeamos primeiro.

Vamos iniciar nossos dias reconhecendo que a felicidade não está nas coisas, nem nos dons que Deus nos dá, mas no próprio Deus que nos dá estes dons. Oremos: Sacia-nos Senhor com a tua graça, logo pela manhã.

RENOVANDO O ÂNIMO PARA ENFRENTAR MAIS UM ANO QUE SE INICIA – 2ª PARTE

  Há pessoas que “ desistem da vida muito antes que seu coração pare de bater — estão acabadas, esgotadas, despedaçadas, mas ainda assim aco...