terça-feira, 25 de novembro de 2008

POR QUE CULTUAR COM ALEGRIA?

                       Ele era um expatriado que passava por aflições. Longe, buscava a paz, mas seus vizinhos só pensavam na guerra. No meio de línguas mentirosas, clamou e Deus o atendeu (Sl 120).
            Foi convidado para adorar em Jerusalém. O caminho era cheio de perigos. Os montes poderiam esconder assaltantes, quadrilhas que atacavam, molestavam e roubavam as caravanas de peregrinos. 
As estradas pedregosas e sinuosas poderiam fazê-lo tropeçar e impedir que ele chegasse ao seu destino. Tanto corria o risco de ser ferido pelo sol escaldante do dia como o de ser desorientado pelo aluamento noturno. Mas ele sabia que tinha um guarda poderoso, vigilante, que o guardaria do mal até chegar a Jerusalém. O guarda de Israel, Senhor, Criador dos céus e da terra (Sl 121). Por isso aceitou o convite com alegria, e esta alegria o acompanhou até Jerusalém.
            Lá em Jerusalém ele cantou: Alegrei-me quando me disseram: vamos à casa do Senhor (Sl 122.1).  O peregrino foi adorar movido por alegria. Uma alegria profunda e contagiante, que afeta todo o ser, que faz brilhar os olhos, e normalmente se manifesta de forma extravasante (Ex 4.14; Pv 15.30; Ne 12.43). É a alegria de alguém que diz com entusiasmo: Oba! Que bom! Uma alegria que animava e dava forças para continuar vivendo. Alegria que recarregava as baterias. 
Deus quer uma adoração com alegria. Tempo e recursos devem ser ofertados com alegria, testemunhando as bênçãos de Deus, compartilhando com outros. (Dt 12.7,12,18; 14.26; 27.7; 2 Cr 23.18; Sl 100.2). As festas religiosas ordenadas por Ele eram ocasiões para que seus filhos manifestassem a alegria pelo que havia feito (Lv 23.40; Dt 16.11,14,15).
Por que adorar com alegria?
            O culto é um encontro com Deus. Da mesma forma que nos alegramos quando encontramos com pessoas que amamos, o peregrino se alegrava por encontrar-se com Deus. Para o israelita, o templo era o símbolo da presença de Deus (2 Cr 6.41), que era como um rio suprindo a cidade (Sl 46.4). Por isto Jerusalém, a cidade do templo, era a maior alegria (Sl 137.6). Na presença de Deus há abundância de alegria (Sl 16.8-11;21.1,6; 68.3).  Ele é, de fato, a razão da alegria do adorador peregrino (Sl 43.4; 149.2). Deus está constantemente conosco, mas no culto coletivo, este encontro pode ser expresso de forma pública. Como dois amigos que estão sempre juntos, mas é diante dos outros amigos que todo calor de sua amizade é mais conhecido. Assim, o culto deve ser alegre porque nele expressamos publicamente nossa comunhão com Deus.
            O culto é um tempo de testemunhar nossa salvação. Um exemplo disto é a ocasião da oferta das primícias (Dt 26.1-11). O fiel tomaria parte de todos os frutos, colocaria num cesto e iria até Jerusalém. No templo confessaria o que Deus havia realizado para salvar o Seu povo, e depois festejaria com sua família e outros adoradores os bens que Deus lhe havia concedido.     
            Também para nós, o culto deve ser a oportunidade para, com alegria, celebrarmos a grande salvação que Deus já nos deu. Éramos errantes, escravos do pecado, que nos consumia e maltratava. Deus, em misericórdia, viu nosso sofrimento, nosso futuro miserável, e enviou Jesus que pagou pelos nossos pecados. Também enviou o Espírito Santo que abriu nossos olhos para enxergarmos tanto nossa real situação, como a maravilhosa graça Dele. E assim nos trouxe para a terra da salvação e da esperança. Transportou-nos para o Seu Reino (Cl 1.13). Esta deve ser uma alegria maior do que a fartura de bens terrenos (Sl 4.7).
No culto antecipamos a plenitude de nossa salvação. A adoração não era apenas uma recordação do passado, mas um renovar da esperança futura. Nele, o peregrino olhava para trás e para frente. O que Deus tinha feito era a garantia de continuar cumprindo Suas promessas. A vinda do Messias para completar a salvação ( Sl 118.21-24), o livramento dos inimigos (Is 35.10; 51.11; 55.12; 61.7), a vinda de Deus para habitar plenamente com Seu povo (Zc 2.10). E esta esperança o alegrava.
Também nós, recordamos o sacrifício de Cristo, como o alicerce da Nova Jerusalém, onde habitaremos para sempre, com eterna alegria. Saber que o mal será finalmente vencido deve alegrar-nos (Ap 12.11,12; 18.20). Contemplar a glória leva-nos a esquecer o sofrimento presente, e isto deve produzir alegria na adoração (Rm 8.18).
A pessoa de Deus, e o que Ele fez e fará, deve nos motivar a cultuar com alegria, e nos animar a enfrentar a vida entre cada culto que fazemos.            

terça-feira, 18 de novembro de 2008

UMA ALQUIMIA PARA A ETERNIDADE

      A prática da alquimia ocorreu na Idade Média,  buscava  conhecer a natureza e  encontrar a pedra filosofal ou o elixir da vida que  transformaria metais de pouco valor em ouro e prolongaria a vida. Apesar dos alquimistas não terem encontrado a pedra filosofal, eles descobriram algumas substâncias químicas que usamos hoje, entre elas o álcool.
      Eles também não alcançaram o objetivo de  ter uma vida mais longa e mais rica. Mas o Senhor Jesus ensinou a verdadeira alquimia para  alcançar a vida e as riqueza eternas, mostrando como transformar coisas de pouco valor em bens eternos e prolongar eternamente nossa vida. Este ensino aparece  numa intrigante parábola contada em Lucas 16.1-13.
     Um homem rico tinha um administrador, também chamado de mordomo ou ecônomo. A função deste  era gerenciar os negócios e propriedades do patrão incluindo: terras, gado, empregados, escravos, depósito de alimentos (por isso ele também era chamado de despenseiro) e algumas vezes até os filhos (Lc 12.42; Gl 4.2), como José na casa do Potifar.
      O administrador da parábola foi acusado de dissipar os bens do seu senhor. Quer dizer que ele gastou sem pensar,  como o filho pródigo em Lc 15.13, isto indicava que estava agindo com desonestidade ou negligência. O patrão o confrontou e exigiu que apresentasse as contas da administração porque seria demitido.
     O administrador ficou preocupado com seu desemprego. As opções que lhe restavam não lhe agradavam. Uma era trabalhar na terra cavando e plantando. Só que ele não tinha forças para isto. Trabalhara como administrador e não estava preparado fisicamente para trabalhar na terra. A outra era pedir esmolas. Mas isto o envergonhava. Seria rebaixar-se demais. O que fazer?
     Eis que lhe surgiu uma ideia para tirá-lo daquela situação difícil! Um plano que lhe permitiria ser hospedado nas casas quando ficasse desempregado. Chamou cada um dos devedores de seu patrão e lhes deu um desconto na dívida.
      Os comentaristas bíblicos apresentam algumas ideias para o que estava ocorrendo:
(1) O administrador estava dispensando a sua comissão dos empréstimos que fizera em nome do patrão, e assim deixando estes devedores comprometidos em ajudá-lo no futuro. Ele se sacrificaria agora, para receber mais tarde, quando teria mais necessidade.
(2) Ele estava descontado os juros que o próprio patrão cobrara indevidamente, já que a lei proibia de cobrar juros, e assim estava ganhando o favor dos devedores.
(3) Ele estava jogando todas as suas fichas na generosidade de seu patrão. Ao dar o desconto em nome do patrão, deixaria os devedores festejando alegremente e o patrão, sendo generoso, não se sentiria à vontade para anular o desconto e deixar os devedores decepcionados.
     Independente da interpretação adotada, a verdade que Jesus quer ensinar é obvia e aparece nas palavras “atiladamente” e “hábeis”, conforme traduzidas na versão atualizada. Na língua original do NT, estas palavras são correlatas, uma é o advérbio a outra o adjetivo. Elas se referem a uma atitude inteligente e prudente, que pensa nas consequências da decisão antes de agir, focalizando a capacidade de agir preparando-se para o futuro. Estas palavras foram usadas para  o homem que construiu sua casa sobre a rocha, pois pensou no futuro da casa, e não apenas na situação imediata , preparando-se para as tempestades que poderiam surgir (Mt 7.24). Também  para destacar a atitude das cinco virgens que levaram azeite a mais, sabiam que o noivo poderia demorar, e assim tomaram precauções para a hora da necessidade (Mt 25.2ss). E para mostrar a prudência do servo que cumpre sua tarefa, pois não sabe a hora que o senhor vai voltar (Mt 24.45).
     O administrador foi chamado de injusto, portanto não foi elogiado por causa da injustiça, e sim por sua capacidade de olhar para o futuro, prever uma situação difícil e transformar os meios que dispunha no momento em soluções para seu futuro.
     Jesus faz um contraste entre filhos deste mundo, isto é,  aqueles que pertencem a este mundo, a este sistema de vida,  cujos bens estão apenas nesta vida (Sl 17.14, Fp 3.19; Mt 13.22; Lc 20.34 ;2 Tm 4.10), e os filhos da luz , que são aqueles que, embora vivendo neste mundo, pertencem ao Reino de Deus (Jo 12.36; Ef 5.8; 1 Ts 5.5). Os filhos do mundo são mais aplicados em usar os bens deste mundo para seus propósitos mundanos (em sua geração), do que os filhos da luz em usar os mesmos recursos para os bens celestes. Os filhos deste mundo não conhecem os bens celestes, têm olhos apenas para as coisas desta geração, e nisto se aplicam com determinação.
     Diante disto Jesus faz uma advertência: fazer amigos das riquezas de origem injusta, para que quando faltarem estas riquezas os amigos recebam vocês nas tendas eternas. A riqueza aqui chamada de injusta refere-se aos bens deste mundo, não porque eles sejam adquiridos de modo injusto, mas porque esta riqueza carrega a característica deste mundo, que é a injustiça, quando amada ela leva os homens à prática de todos os males (1 Tm 6.10). Ela promete muito, mas realiza pouco, desperta nossa esperança e confiança, mas nos decepciona, não traz a felicidade que promete. Estas riquezas não podem garantir nossa vida depois deste mundo. Não nos livram da morte (Lc 12.20), não compram os bens do Reino (At 8.20).
     Não compramos nossa entrada no céu com nosso dinheiro, mas a maneira como usamos o dinheiro revela o nosso caráter, isto fica claro nos versos 10-13. Um dia estas riquezas nos abandonam e já não nos servirão. Por isso devemos transformá-las em valores eternos. Isto é feito usando os bens para: socorrer os necessitados (Lc 12.33); proporcionar alegria a quem não pode nos recompensar (Lc 14.13,14) e ajudar na expansão do evangelho no mundo (Fp 4.14-17).
      Quando investimos em missões, i.e, na expansão da mensagem do evangelho, estamos transformando bens terrestres em valores celestiais, fazendo com que amigos temporários se tornem irmãos eternos, como disse o autor Paulo Cesar no hino denominado "Vai Contar", gravado pelo grupo Logos: "nossos amigos em irmãos que galardões eternos lá nos céus serão".
     Este uso da riqueza indica que nosso coração não está aqui, mas no céu. Que nosso tesouro é Deus (Mt 6.21). Agir assim é usar os bens com fidelidade. É ser fiel nesta pouca riqueza daqui, e receber o muito da riqueza eterna. A vida não é para divertir, mas para investir. Investimos para eternidade amando a Deus acima de tudo.

Aproveite as oportunidades de hoje preparando-se  para a eterna necessidade.
Aproveite as riquezas de hoje investindo no tesouro da eternidade.
Aproveite os recursos de hoje para agir com fidelidade.
Aproveite o tempo de hoje para se dedicar a Deus com exclusividade.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Como Buscar a Deus


Na procura de um emprego várias maneiras são usadas: envio de currículo pelo correio, ou pela internet; perguntando a amigos; numa agência de empregos; ou ainda pessoalmente nas empresas. O mesmo é verdade na procura de outras coisas, podemos usar o método que preferimos, que for mais conveniente no momento. Mas na busca por Deus não podemos usar qualquer método, apenas o que Ele estabeleceu.

Há uma ordem para buscarmos o Senhor (Amós 5.4,6), mas Como podemos buscar o Senhor? Como Deus é o Soberano, Criador de todas as coisas, Mantenedor de todo o universo, Sábio e Todo Poderoso, é Ele quem deve dizer como quer ser buscado. Não podemos buscar Deus do jeito que nós achamos ou queremos, mas do jeito que Ele quer.

Deus quer ser buscado de coração. Em 2 Cr 12.14, fala que o rei Roboão não dispôs o coração para buscar a Deus. Já o escriba Esdras, fez o contrário (Ed 7.10) A palavra dispor fala de preparar, tornar firme, direcionar, aprontar o coração. Buscar a Deus começa no coração, é uma atividade interna, isto é, uma atitude de vida que direciona o coração, dispõe a vontade, inclina a alma em direção de Deus.

Deus quer ser buscado de todo coração (Dt 4.29 e Jr 29.13). De todo coração quer dizer com intensidade e integridade de todo o ser. Algumas pessoas buscaram a Deus sem sinceridade, (Sl 78.34-37), apenas queriam que Ele os livrasse de suas aflições, era uma busca de boca apenas, não havia firmeza no coração. Em Sua grande misericórdia Deus os atendia, mas como a busca não era sincera, o povo logo voltava aos seus pecados. Esta atitude leviana tornou-se um hábito para o povo de Israel. No tempo do profeta Ezequiel (Ez. 20), os líderes do povo, mesmo em pecado, vinham buscar a palavra de Deus. Mas Deus disse que não suportaria mais isto, aqueles que levantam ídolos em seus corações, e mesmo assim buscam o Senhor, receberão Sua ira (Ez.14.1-8). De todo o coração também quer dizer em todas as fases de nossa vida (1 Cr 16.11), e não como o rei Asa, que buscou a Deus no início de seu reinado, mas deixou de buscar no fim (2 Cr 14.4; 16.12).

Deus quer ser buscado com arrependimento (Is 55.6,7). O reconhecimento do pecado, a tristeza por ter pecado, o desejo de abandonar o erro, são requisitos essenciais para uma busca por Deus.

Deus quer ser buscado através de Sua palavra (Sl 119.10,45,94,155). Buscar a Deus é buscar conhecer os Seus mandamentos. Isto é feita consultando pessoas que têm mais conhecimento de Deus, como o povo de Israel no deserto ia consultar Moisés ( Ex 18.15), ou como o rei Josias que foi perguntar sobre a lei de Deus para a profetiza Hulda ( 2 Rs 22.18). Mas também é feita por iniciativa própria, quando se dispõe o coração para ler a palavra de Deus, procurar compreende-la, e obedecer o que ela diz. Foi assim que Esdras fez (Ed. 7.10).

Deus quer ser buscado com obediência a Sua Palavra. A busca não deve ser apenas para conhecer a Palavra de Deus, mas para obedecer (2 Cr 14.4). È fácil manifestar desejo de conhecer a Palavra de Deus por hipocrisia, ou mesmo orgulho intelectual. Nos tempos do profeta Isaías, o povo manifestava prazer em conhecer a palavra de Deus, e buscava todos os dias, deixava transparecer que praticava a justiça, mas não abandonava os seus pecados (Is 58.1,2). Já o rei Josafá buscou a Deus procurando conhecer e andar nos mandamentos de Deus (2 Cr 17.3,4).

Deus quer ser buscado com exclusividade. Sf 1.3-6. O povo de Judá e Jerusalém, adorava a Deus, mas também adorava a outros deuses, inclusive os astros do céu. Deus não aceitava esta adoração, e considerou que isto era não buscar ao Senhor, mas deixar de segui-Lo. Deus deve ser adorado com exclusividade.

Deus quer ser buscado com oração (Sl 34.4; 77.2). Através da oração manifestamos nosso desejo por estar com Deus, nosso gosto por sua presença. Em situações de muita aflição a busca por Deus pode ser acompanhada por jejuns (2 Cr 20.3), pois o jejum é outra maneira de demonstrarmos nosso anseio por Deus.

Deus quer ser buscado com alegria (2 Cr 15.15). Ele á o maior tesouro que existe, o maior bem que podemos ter. É uma questão de justiça buscarmos a Ele em primeiro lugar, e fazermos isto com alegria, com prazer, satisfação, boa vontade. Tal como o homem que encontrou o campo com o grande tesouro, e transbordante de alegria se desfez de tudo que tinha para comprar o campo (Mt 13.44).

A busca de Deus deve ser feita enquanto ele pode ser achado. A nossa vida chegará a um fim, e aí não adiantará mais buscar a Deus (is 55.6,7).

terça-feira, 4 de novembro de 2008

UM DIA A MORTE VAI MORRER


Ela é uma intrusa na festa da vida. Sua presença não foi planejada pelo Criador. O projeto era comermos da árvore da vida e vivermos para sempre. Mas o homem se revoltou contra a vida, que é Deus, então a morte entrou no mundo (Gn 2 e 3). Foi por causa do pecado de nossos primeiros pais que ela invadiu nossa existência. E cada um de nós, ao pecar, abriu a porta da nossa vida, e ela, sem cerimônias, entrou  (Rm 5.12; 1 Co 15.21,22).
Ela é uma sombra que paira constantemente sobre nós, toldando o sol da vida (Mt 4.16). Já nascemos com a certeza de que mais cedo ou mais tarde nos encontraremos com ela. Só não sabemos quando. Em cada encruzilhada tememos encontrá-la. Quando ela chega bem perto, mas se desvia de nós, respiramos aliviados. Ufa! Não foi desta vez. Mas sua voz continua soando em nossos ouvidos, mesmo que abaixemos ao máximo o seu volume: um dia me encontrarei com você.
Ela é nossa inimiga permanente(1 Co 15.26). Apesar de fazermos tudo para esquecê-la, ela é uma presença inescapável, um processo de corrupção que enfrentamos continuamente (2 Co 4.11-12). Cada dia que vivemos é um dia que morremos. De fato a morte é um estado no qual nos encontramos (Jo 5.24; Ef 2.1,5). Sempre que ela chega traz tristeza (Mc 5.38; Jo 11.19-25), mesmo quando o próprio moribundo a preside (Gn 49.33-50.1).
Ela nos escraviza com o medo (Hb 2.15). Para os gregos, ela era o Thánatos, (de onde vem para nossa língua “tanatologia”), poderoso rei do Hades, que era o lugar não visto, que ficava depois do túmulo, rodeado de altos muros, com um enorme portão de ferro e um monumental cadeado. A morte tinha a posse das chaves. Ela saia para dar voltas nos campos, vilas e cidades, aprisionava as pessoas e as trancafiava ali, e jamais sairiam.
Ela é invencível diante de nossos esforços. Tentamos conquistá-la com nossas forças, achar a vida por nossas obras. Mas, ela nos ferroa com seu aguilhão, e injeta seu veneno (1 Co 15.56; Rm 7.9,10).
Mas, ela foi vencida. Jesus morreu, e venceu a morte. Deus rompeu as angústias (traduzido “grilhões”) da morte em Jesus, pois ela não tinha poder para segurá-Lo  (At 2.24). Através da morte de Jesus fomos reconciliados novamente com a vida, que é Deus (Rm 5.10). Cristo tornou inoperante seu poder (2 Tm 1.10). Ele provou a morte no lugar dos homens, e assim desarmou aquele que tem o poder da morte, libertando os homens da escravidão da morte (Hb 2.9,14,15) Na morte de Cristo, a morte nos foi derrotada! Por isso, quem crê em Cristo, obedecendo a Sua Palavra, entra no estado de vida, e não provará a morte eternamente (Jo 5.24; 8.51,52). Porque para estes, a morte de Cristo foi também a morte deles (Rm 6.3-9).
Embora ela continue atuando, ela já está derrotada. Como uma fera ferida que continua a atacar, até que um dia ela será devorada pela vitória de Cristo (1 Co 15.54). É Ele, e não o Tánatos, que tem a chave da morte e do Hades, como diz Apocalipse 1.17,18: "Não temas; eu sou o primeiro e o último, e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno." Um dia, a morte e o Hades darão contas dos mortos que neles estão, devolverão estes mortos para serem julgados, ela, a morte, será lançada no lago de fogo, que é a segunda morte. Assim a morte provará de seu próprio veneno, a morte morrerá definitivamente. Apocalipse 20.13,14 "Deu o mar os mortos que nele estavam. A morte e o além entregaram os mortos que neles havia. E foram julgados, um por um, segundo as suas obras. Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo."
Assim, estamos seguros em Jesus, por causa Dele a morte não nos separa do amor de Deus, "Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor." Romanos 8.38,39. Através dela podemos glorificar o nome de Deus (João 21.19; Filipenses 1.20), por isso devemos ser fiéis a Ele, mesmo que isso nos leve à morte física, pois assim estaremos livres da morte eterna "Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O vencedor de nenhum modo sofrerá dano da segunda morte."  (Apocalipse 2.10,11). 
No novo mundo de Deus, não haverá morte "E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram." Apocalipse 21.4

RENOVANDO O ÂNIMO PARA ENFRENTAR MAIS UM ANO QUE SE INICIA – 2ª PARTE

  Há pessoas que “ desistem da vida muito antes que seu coração pare de bater — estão acabadas, esgotadas, despedaçadas, mas ainda assim aco...