domingo, 28 de fevereiro de 2016

sábado, 13 de fevereiro de 2016

NO MISTURADOR DE DEUS

       
Muitas das pedras e seixos que se encontram à beira-mar ou no leito dos rios têm um interior de lindas cores por baixo da camada exterior, escura e baça. Mas, para que revelem sua beleza, essas pedras precisam ser polidas. Depois desse processo, elas, além de  se tornarem mais belas, passam embelezar a vida de muitas pessoas na forma de pingentes e adereços diversos.

         Há pessoas que tem como hobby polir pedras. Eles as recolhem e as submetem a um processo de refinamento até que as pedras percam as manchas que as enfeiam, as saliências que as tornam ásperas e as irregularidades que as deixam disformes. Trabalham com elas até que se tornem lindas, lisas, lustrosas e harmônicas. É uma atividade que exige muita paciência.
         Isso pode ser feito manualmente, lixando as pedras com força e jeito e depois submetendo-as a poções abrasivas que corroem as manchas e rugas. Outros usam uma máquina chamada de misturador de pedras ou polidor elétrico. As pedras são colocadas numa vasilha com substâncias abrasivas e cascalho, e por vários dias são deixadas girando dentro do polidor. A fricção de umas contra as outras e com o cascalho esmerilha as pedras, causa o desgaste mútuo, eliminado tudo que não coopera para a beleza e a simetria.
         Creio que nós também somos assim. Podemos ser polidos, refinados, aperfeiçoados e transformados em pessoas melhores, melhorando também a vida de outros. Mas, qual é o processo para nosso aperfeiçoamento?
         O escritor Kelvin Alan Milne menciona algo muito comum "Pelas provações, principalmente. Vivenciando coisas que parecem difíceis de suportar. Doenças, fome. Ou a perda de alguém amado... Essas são as “lixas” e “poções abrasivas” pesadas, o tratamento de choque.
         Mas há um tratamento diário e aparentemente não tão duro Também existe uma grande quantidade de desafios menores que encaramos todos os dias. À medida que os superamos, nós somos mais refinados, aos poucos, esculpidos em algo melhor”.
         Algumas pessoas fogem desse processo. “Podemos nos esquivar de tudo que é difícil. Mas não poderemos deter o processo de refinamento da vida, estaremos apenas atrasando o nosso aperfeiçoamento. Quando encaramos desafios e nos esforçamos ao máximo, notamos uma diferença em nós mesmos. Fugir do que é difícil e não enfrentar os desafios irá produzir desgaste, sem dar o devido polimento".(Kelvin Alan Milne, em Uma boa ação, pg. 306)
         O que o autor chama de processo de refinamento da vida é a ação de Deus em nos tornar semelhantes a Cristo. Isso nos faz lembrar de Romanos 8.28,29: Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos”.
         As circunstâncias difíceis da vida são o misturador de pedras que Deus usa para nos polir e revelar a beleza de Seu Filho em nós. É na fricção com outros que somos afiados e afinados (Provérbios 27.17). É no enfrentamento dos desafios grandes e pequenos que somos esmerilhados. Nossas asperezas são aparadas, nossas deformidades alisadas, e nossas manchas removidas.
         Estamos contaminados com muita sujeira que se apega a nós. Ela se torna parte de nosso estilo de vida e com o tempo se incorpora a nós. Ficamos acostumados com ela e nem percebemos sua feiúra e deformidade. Achamos até que seja normal. Na verdade, até nossa fé contém muitos desses elementos pecaminosos. Ela precisa ser purificada.
         1 Pedro 1.6,7 diz que as provações que nos entristecem são as lixas e abrasivos usados por Deus para refinar nossa fé e revelar seu valor:embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo”.
         Quando as lutas, provações e desafios se apresentarem diante de nós, lembremos que são os instrumentos usados por Deus para nos transformar de pedras toscas que ferem em pedras belas que brilham.  Nosso desejo deve ser o mesmo expresso por Albert Orsborn nesse hino:
                   Que a beleza de Cristo se veja em mim.
                   Toda Sua admirável pureza e amor.
                   Oh, Tu, chama divina, todo meu ser refina.
                  Até que a beleza de Cristo se veja em mim.                                 

sábado, 6 de fevereiro de 2016

A VIDA É DIFERENTE DAS NOSSAS EXPECTATIVAS

           
 A vida nem sempre acontece de acordo com as nossas expectativas. Uma verdade nem sempre aceita e que precisa ser lembrada constantemente. Recentemente, ela me foi recordada numa pregação feita por um pastor mais experiente. 
Sempre que iniciamos um projeto ou uma nova fase na vida, acreditamos que tudo ocorrerá da forma sonhada, que as realizações serão exatamente como foram planejadas. Quando começamos um empreendimento, quase sempre não levamos em conta que imprevistos ocorrerão. Casamos acreditando que a vida familiar será exatamente como idealizada. Iniciamos em um novo emprego, minimizando as expectativas de possíveis dificuldades. E assim por diante.
            Mas, a vida sempre tem um jeito de se mostrar diferente daquilo que esperávamos.  Por isso, saber que nossas expectativas podem ser frustradas é reconhecer que a realidade sonhada e os planos feitos podem sofrer certos desvios na hora de sua execução. Ignorar isso é candidatar-se a uma vida de frustração. Aceitar é sinal de maturidade.  
            Muitas desistências no decorrer de grandes empreitadas podem ser atribuídas ao fato dessa verdade não ter sido levada a sério.
            Não temos o controle total da nossa vida nem das circunstâncias que a determinam.
         As Escrituras nos advertem quanto a isso. Em Tiago 4.13-15 somos lembrados de que nossa vida é frágil demais, que ela é como uma neblina passageira, que não temos condições de garantir a realização de nossos planos e que a execução do planejado depende da vontade de Deus. 

Atendei, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociaremos, e teremos lucros. Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa. Em vez disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo”.

O livro de Provérbios mostra que planejar é uma atitude sábia, mas que a realização dos planos depende da vontade de Deus: "O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do SENHOR"(Provérbios 16.1; veja também Pv 20.18; 21.5). 
Tanto o sábio autor de Provérbios, como o profeta Jeremias, nos ensinam que a direção de nossos caminhos não está em nossas mãos. "Eu sei, ó SENHOR, que não cabe ao homem determinar o seu caminho, nem ao que caminha o dirigir os seus passos". (Jeremias 10.23, veja também Provérbios 20.24).
            O apóstolo Paulo passou por isso. Ele tentou visitar os irmãos de Tessalônica duas vezes, para fortalecê-los na fé, mas não lhe foi permitido (1 Tessalonicenses 2.18). Também tinha planos de se encontrar com Timóteo dentro de breve tempo, mas percebeu que isso poderia demorar (1 Timóteo 3.14,15). Noutra ocasião clamou a Deus para livrá-lo de certo sofrimento, mas a resposta de Deus foi um soberano não (2 Coríntios 12.7-9).
            Nem sempre a vida transcorre como esperamos. Para aquele que segue a Deus essa verdade não é desesperadora, mas confortadora. Ele sabe que Deus está no controle de todas as coisas, que tem o Seu trono estabelecido nos céus, acima de qualquer contingência e acidente, e que Seus olhos fazem uma varredura em toda a terra (Salmo 103.19; Provérbios 15.3). Jesus ensinou que nenhum pardal cai sem que isso esteja de acordo com a vontade do Pai celestial e que até os nossos fios de cabelos estão contados por Deus (Mateus 10.29,30).
            O fiel a Jesus Cristo crê que os planos d’Ele são planos bons, e que a Sua vontade é boa, perfeita e agradável (Jeremias 29.11; Romanos 12.2). Continua confiando e obedecendo mesmo quando vê que suas expectativas não estão se cumprindo e não entende o porquê (Daniel 3.17,18). Persevera dependendo da misericórdia de Deus (Lamentações 3.25-27). No abatimento, ele chama sua alma para uma conversa e a convoca a esperar em Deus (Salmo 43.5). 
            Para quem crê em Cristo, o caminho pode até conter tristezas, mas o final será feliz (Romanos 8.18). Os contratempos são por breve tempo, e estão dentro do tempo de Deus, com o objetivo de tirar de tempo tudo aquilo que não coopera para aperfeiçoar nossa fé (1 Pedro 1.6,7).
Se a vida não acontece de acordo com nossas expectativas, o problema não está com a vida, nem com o plano de Deus, mas com nossas expectativas. Com certeza elas não se encaixaram com as de Deus.

É parte de Seu plano sofrermos certas decepções, para nosso amadurecimento, aprendendo a ter como expectativa a vontade d'Ele. E Ele, como Pai amoroso, continuará guiando-nos para que tudo coopere para o nosso bem, para sermos semelhantes a Seu Filho Jesus, e assim, realizados e felizes para sempre!

            No final de tudo, quando olharmos para trás, poderemos dizer: Ufa!Ainda bem que a minha vida não transcorreu de acordo com as minhas expectativas!

RENOVANDO O ÂNIMO PARA ENFRENTAR MAIS UM ANO QUE SE INICIA – 2ª PARTE

  Há pessoas que “ desistem da vida muito antes que seu coração pare de bater — estão acabadas, esgotadas, despedaçadas, mas ainda assim aco...