O dicionário define Carnaval como “Período de três dias anteriores à quarta-feira de cinzas, dedicado a festas e folias.” Quanto ao significado e origem da palavra, há controvérsias. Alguns acreditam que significa: “adeus à carne”, já que depois deste período vêm a Quaresma, quando, segundo o Catolicismo Romano, não se podia consumir carne. Outros defendem que a palavra significa “prazer da carne”, vindo do termo “carnevale”.
Independente do significado original da palavra, o carnaval é a festa da carne.
Para o carnaval, a carne é que vale! Evidentemente que não estamos usando a palavra “carne” para se referir ao alimento, mas indicando a velha natureza, significando o homem que ama o pecado. Carne, referindo-se à natureza humana decaída, que vê apenas o aparente, que se guia somente pelas sensações, que busca exclusivamente os prazeres terrenos. Carne, como o homem que quer viver sem respeitar os mandamentos de Deus, dependendo tão-somente de seus próprios recursos e fazendo somente a sua vontade. (Rm 7.18;Gl 5.19 ;Ef 2.3; 2 Pd 2.10)
Este tipo de festa é antigo. Já ocorria nos tempos do Antigo Testamento. Em Êxodo 32.6, no episódio do bezerro de ouro, o povo de Israel misturou religião com folia, e idolatria com imoralidade. Esse texto nos diz que o povo assentou-se para comer e beber e levantou-se para divertir-se. O termo traduzido por “divertir” também significa “brincar”, “zombar” e “escarnecer”. Quando se refere a diversão, pode indicar tanto as sadias como as pecaminosas. Alguns exemplos: zombar de alguém, como os filisteus zombaram de Sansão (Jz16.25), relação sexual, como o exemplo de Isaque e Rebeca (Gn 26.8), e danças, como os festejos por vitórias militares (1 Sm 18.6,7). Quando o episódio é descrito no Novo Testamento (1 Co 10.7), o termo usado indica diversão associada com idolatria, licenciosidade e irreverência.
No caso dos israelitas, incluía comida, bebida, orgias, gritos, cânticos, falta de controle e de restrições morais, algo que traria zombarias da parte dos inimigos do povo (Ex 32.6,18,25). Naquela ocasião, não havia nada para se festejar. Era apenas o resultado do desejo do povo de fazer farra. O resultado daquela baderna foi a quebra da aliança entre Deus e seu povo, pacto que precisou ser renovado, e a morte de três mil homens.
Não podemos deixar de notar as semelhanças dessa festa no deserto com o carnaval de nossos dias. Notemos que ela está inserida em um calendário religioso (antes da quarta-feira de cinzas, e da quaresma), não há um motivo especifico para a festa, a não ser o desejo de “farrear”, e também há bebida, comida, música, sexo, licenciosidade, falta de controle e de restrições morais, e coisas outras tantas coisas que nos envergonham e ofendem a Deus. Os resultados também são semelhantes: afastamento de Deus, quebra dos Seus mandamentos, desobediência, rebeldia, e morte de muitos.
O livro de Romanos nos traz uma advertência quanto à participação nestas festas: Andemos dignamente, como em pleno dia, não em orgias e bebedices, não em impudicícias e dissoluções, não em contendas e ciúmes, mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências.(Rm13.13,14).
Devemos andar como pessoas que andam de dia, de modo decente e apropriado a crentes. Como diz ali, “Não com orgias.” O termo traduzido por “orgia”, que aparece como obra da carne em Gl 5.21 (traduzido como “glutonaria”), era usado para festas onde havia muita bebida alcoólica e comportamento imoral. No início, estas festas eram realizadas como procissões noturnas para homenagear algum deus. As pessoas percorriam as ruas com tochas para iluminar, e iam bebendo, brincando, cantando e dançando.
Não com bebedices, que é embriaguez. Não com impudicícias, que se refere à promiscuidade sexual. Não com dissoluções, indica a lascívia, a libertinagem, que caracteriza os que não têm domínio próprio. Nem com contendas, isto é, brigas, desentendimentos, porfias. Nem com invejas, que também pode se referir a ciúmes. Alguém poderia dizer que alguma destas coisas não acontece no carnaval?
Ao invés disso, os crentes devem se revestir do Senhor Jesus Cristo, e não fazer provisão para satisfazer aos desejos da carne. Não podemos ficar buscando meios para dar vazão aos nossos desejos carnais. Já no caso do carnaval é exatamente o oposto disso que acontece: todas as coisas cooperam para que os desejos carnais sejam satisfeitos.
O cristão deve dizer não à carne, e não que a carne vale, isto é, que seus prazeres devem ser satisfeitos. Para o cristão não há carnaval!
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3 comentários:
COMO É QUE PODE TANTO DINEHIRO , VIDAS GASTAS SEM SER PRA NADA ...QUE SEGUEIRA ESPIRITUAL O POVÃO VIVE !!!!
QUE DEUS TENHA MISERICÓRDIA!!!AMÈM
De fato é a cegueira espiritual que faz com que as pessoas deixem de enxergar a realidade eterna, e se contentem com prazeres transitórios e destruidores. Quando ouvimos os comentários das pessoas que "brincaram" o carnaval percebemos o quanto esta festa é vazia e sem graça. Mesmo nos desfiles, dinheiro de um ano, esforço de um ano, tudo consumido em poucas horas, sem nenhum resultado permanente.
Pastor Almir!
Realmente os valores e esforços gastos nos desfiles de carnaval é um contraste enorme à necessidade de visão da alegria passageira, mometânea que leva sempre a tragédias, discordias, gravidez e muitas outras coisas erradas e a verdadeira alegria permanente em servir o Criador. Muitos gastam muito para terem um prazer sem graça e sem sentido. Tenho um tio no Estado do Rio de Janeiro, que é soldador e ganha muito dinheiro somente para soldar os carros alegóricos todos os anos, esse dinheiro saem dos bolsos de pessoas pobres sem perspectiva de nada no futuro, somente para satisfazer um ego mometâneo e passageiro. Sem falar na verba municipal e estadual gastos nesta festa sem nexo.
Valeu pastor este artigo "Carnaval ou Carne não vale?" é bem esclarecedor.
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