“Tragédia anunciada” é a
expressão costumeiramente usada para se referir a uma catástrofe ou desgraça já
prevista, mas que nada foi feito para impedir o seu acontecimento. Alguns exemplos: povoações que se instalam
nas encostas dos morros até que a chuva chegue e arraste a todos; pais que não
corrigem seus filhos e estes lhe causam muitos sofrimentos; motoristas que
dirigem descuidadamente até que provocam um acidente; pessoas que continuam em
seus pecados até que o julgamento de Deus traga o devido castigo. Este foi o
caso da cidade de Nínive.
Nínive era uma
antiga, grande e poderosa cidade. Fundada por um forte guerreiro chamado Ninrode
(Gen 10.11). Escavações arqueológicas indicam que por volta de 4500 anos antes
de Cristo ela já era habitada. Ela cresceu e se tornou a capital do grande
Império Assírio. Por quase 300 anos foi considerada a principal cidade do mundo
e viveu o auge de sua prosperidade (900-612 antes de Cristo).
Os assírios eram grandes
conquistadores, seus reis eram cruéis, desapossavam as terras conquistadas e
levavam seus moradores como cativos. Agiram assim com várias nações, inclusive com
o povo de Israel (2 Reis 17.3-6). Faziam
as guerras com ferocidade, torturavam e mutilavam com brutalidade. A cidade era
conhecida por seus pecados: arrogância, mentiras, crueldade, pilhagens de
guerra, prostituição, feitiçarias, exploração comercial, etc.
O pecado de Nínive tinha
chegado até Deus (Jonas 1.2), e Ele já havia avisado várias vezes que o
julgamento viria. Jonas foi enviado anunciando a ameaça de Deus, cem anos antes
do profeta Naum. Na época houve um arrependimento, então Deus poupou a cidade.
Mas foi um arrependimento transitório, os habitantes de Nínive voltaram aos
seus pecados. Depois de Jonas vários profetas avisaram Nínive e o Império Assírio
sobre o perigo que uma vida pecaminosa acarreta (Sofonias 2.13; Isaías 10,
11,14; 30.27-33; Miquéias 5.6).
Os governantes e
habitantes da cidade confiavam nas providências que haviam tomado para defender
a cidade de qualquer conquista. Na época
de Naum, Nínive tinha um muro externo de quase 13 Km de extensão e 15 mts
de largura (três carruagens poderiam passar em sua largura lado a lado, o
equivalente a 6 carros de hoje). Havia ainda um fosso de 45 mts de largura,
que poderia ser cheio quando as tropas inimigas ameaçassem a cidade.
Outro recurso era uma linha de proteção por escudos cobertos de couro para
desviar pedras e flechas. O distrito administrativo da cidade tinha
entre 50 a 100 km de um extremo a outro, eram necessários três dias para ser
percorrida (Jn 3.3).
Um
de seus grandes reis, Senaqueribe, desviou o curso do rio, pois quando transbordava
inundava a cidade e minava os alicerces de alguns palácios. Também o represou para que a cidade tivesse
água quando fosse sitiada, e fortaleceu os alicerces do templo. Havia um ditado
na cidade "Nenhum inimigo jamais
tomará Nínive de surpresa a menos que o rio se torne primeiro o inimigo da
cidade".
O
profeta Naum avisou a queda de Nínive (1.1,8,10,11,14. 2.1,3-10; 3.1-7;11-19).
Note os detalhes da profecia: haveria inundação; seria destruída num estado de
embriaguez; cairia com facilidade; seria queimada; seria totalmente destruída e
ficaria devastada.
Já
que Nínive não deu atenção aos avisos, a tragédia anunciada aconteceu.
Como era a cidade
dominante, Nínive tinha muitos inimigos e estes se uniram para derrotá-la: medos,
babilônicos e citas. Um historiador antigo (Deodoro da Sicília) narrou
que o rei da Assíria não estava consciente do que estava ocorrendo com suas
defesas, e estava acampado do lado de fora das muralhas, confiando em seus exércitos,
e junto com estes começou a beber e a banquetear. Desertores contaram ao
general inimigo a situação, este fez um ataque noturno e pegou o exército assírio
desprevenido, causou pesadas baixas e os obrigou e recuar para a cidade. Os exércitos estavam desorganizados e embriagados.
Vários ataques foram feitos, mas a cidade ainda resistiu por um tempo.
Fortes chuvas
provocaram uma inundação e o rio que atravessava a cidade e que tivera seu fluxo
controlado por uma represa provocou brechas no muro da cidade, por estas o
exército inimigo entrou. O rei, acreditando
que seu fim fora chegado, mandou colocar numa área do palácio suas riquezas e
concubinas e mandou atear fogo no palácio inteiro. A cidade foi então destruída
rapidamente (612 a.C.),
depois de um cerco de 3 meses. Para uma cidade tão
fortificada, ela caiu em pouco tempo, (certas cidades levaram 29 anos para se
entregarem como Asdode). A cidade foi
saqueada, abandonada e se transformou num montão de ruínas.
Durante séculos Nínive
esteve esquecida, nem se sabia onde ficavam suas ruínas. Mas no sec. 19 os arqueólogos
descobriram os morros por baixo dos quais estava Nínive, algo tão grande que
ainda hoje fazem escavações no local. Chegaram ao palácio que ainda tinha o
entulho do incêndio, que chegava a 3 mts de altura.
Cumpriu-se Sf
2.13-15, e ainda hoje‚ Nínive é terra de escavações e
pastagens de rebanho, seu nome moderno é "morro de muitas ovelhas". A
Bíblia profetizou a queda de Nínive e ela ocorreu. O que aconteceu com Nínive
foi escrito para nosso exemplo. Ela não escapou, e nós, se permanecermos no
pecado, também não escaparemos.
Nínive não ouviu o
aviso,
e por isso sofreu o
juízo.
Para quem vive no
pecado sem arrependimento,
e deixa os avisos
de Deus no esquecimento
O resultado será:
enfrentar Seu julgamento.
3 comentários:
Pastor ótima mensagem , e que estajamos de ouvidos e olhos atentos aos avisos...
Boa Noite.
Pastor, fico pensando como muitas vezes deixamos nossa mente ser cauterizada e assim manipulada por aquilo que achamos conveniente e mais prazeroso. Obrigado por nos lembrar de Ninive,nada ficara impune.
Fátima Regina.
SIM, é bem verdade de que DEUS SEMPRE NOS AVISA DOS PERIGOS,POREM quando não atentamos para esses avisos e os deixamos no esquecimento, a carne fala mais alto e o desejo de continuar no erro é o que causa prazer, pagamos um preço alto.porque o salário do pecado é a morte, as escrituras sagradas deixa isso bem claro.e ainda mais DEUS diz:"sem mim nada podeis fazer".
Postar um comentário