Estamos
numa guerra. Esta é uma realidade que não apreciamos, já que as guerras só são
glamorosas nos filmes e nos romances. Na vida real são cruéis e trágicas. Quem as
admira, provavelmente nunca experimentou as situações limites de uma trincheira.
Onde a luta pela vida gera a morte momento a momento.
Nossa guerra é
diferente, mas nem por isso menos trágica e cruel, dela também dependem vida e
morte. Não é contra carne e sangue, mas contra forças espirituais. É constante,
não há trégua. Cada momento é uma batalha. Há dias de maior intensidade, mas
todos os dias são tempos de guerra.
Para ser
vitorioso é preciso o fortalecimento que vem do Senhor. É isto que o apóstolo
Paulo diz na conclusão de sua carta aos Efésios “Finalmente sejam fortalecidos no Senhor e na força do seu poder” (Ef
6.10). Precisamos deste fortalecimento.
Gideão foi
revestido desta força na guerra contra os midianitas (Jz 6.34). Ele estava escondido num lagar (tanque onde se pisava as uvas) debulhando trigo, para impedir
que a colheita daquele ano fosse tomada pelos invasores. Ali o SENHOR lhe apareceu e lhe deu a tarefa de lutar e
vencer os opressores, que há sete anos dominavam seu povo. Também lhe deu uma
garantia: estaria com Gideão e por isso ele venceria os midianitas como se
estes fossem apenas um homem. Gideão não tinha poder nem influencia e ainda se
demonstrou tímido e medroso, portanto não foi a sua força que conquistou a
vitória, mas a força da presença de Deus, que lhe revestiu com o Espírito Santo
(Jz 6.12-16). É desta força que precisamos para lutar contra os poderes do mal.
Outro que dependeu desta força foi Abraão, que enfrentou um tipo diferente de guerra. Uma batalha contra a incredulidade.
Recebera a promessa de um filho, que geraria em sua esposa Sara e que seria o
seu herdeiro. Mas o tempo estava passando. Ele já tinha quase cem anos e Sara
noventa. Nenhum dos dois tinha as condições físicas de terem um filho. Seus corpos
já não mais produziam o que era necessário para que uma criança fosse gerada e
concebida. Mas ele continuou crendo. Não permitiu que os pensamentos de dúvidas
e as circunstâncias ao redor lhe vencessem. Foi
fortalecido na fé (Rm 4.20). Este é o tipo de guerra que ocorre dentro da
pessoa. As circunstâncias externas atiram, buscando atingir o coração,
implantar a dúvida, gerar a desconfiança e a desobediência. Com a força do
Senhor, a pessoa permanece firme, relembrando e acreditando na Palavra de Deus.
É desta força que precisamos para manter nossa fé nos momentos de crise.
O apóstolo
Paulo lutou um guerra constante. Tinha uma missão arriscada: pregar o
evangelho. Os inimigos eram muitos. A presença de Deus lhe fortaleceu desde o início, quando foi ameaçado por seus compatriotas, até o final, quando esteve no julgamento diante do imperador. A pregação foi plenamente realizada e as pessoas ouviram o
evangelho. Ele nunca desistiu, pois sabia que Deus lhe havia fortalecido (At
9.22; 2 Tm 4.17; 1 Tm 1.12). É desta força que precisamos para continuar
testemunhando o evangelho, mesmo quando ameaçados.
Manter o contentamento foi outra batalha
enfrentada pelo apóstolo. Ele experimentou muitas e variadas situações, de
honra e de humilhações, de fartura e de escassez, mas o que nunca variou foi
sua satisfação. Ele sempre se manteve contente, no aplauso e na vaia, na
abundância e na fome. Esta guerra também acontece nos corações. É uma guerra
interior. As circunstâncias são externas, mas a vitória ou derrota ocorre
dentro de nós. É lá que o contentamento triunfa ou amargamos a derrota causada
pelo ressentimento e insatisfação. O que garantiu a vitória do apóstolo Paulo
foi o fortalecimento de Cristo. Tudo posso naquele que me fortalece, foi o que disse, quando falou de seu constante contentamento (Fp 4.11-13). É desta força que precisamos para
conquistarmos a felicidade em todos os momentos da vida, independente das circunstâncias serem alegres ou tristes.
Esta força vem
a nós pela graça de Cristo e não por causa de nossos méritos. Somos revestidos
de força quando nos reconhecemos fracos e dependemos inteiramente da graça de
Deus, que se manifesta a nós na pessoa do Seu Filho Jesus Cristo. Enquanto nos
acharmos fortes, capazes e lutando com nossos próprios recursos seremos
derrotados. Cada dia precisamos admitir que não podemos, não somos capazes, não
temos forças, não temos sabedoria. Então clamamos pelo favor de Deus, confiando
que Ele é gracioso. Nós não merecemos, mas Ele tem compaixão de nós. É esta
confiança que nos fortalece. Foi isso que o apóstolo Paulo disse para Timóteo: Portanto, tu, meu filho, sê fortalecido na
graça que está em Cristo Jesus. (2 Tm 2.1).
É desta graça que precisamos para sermos fortalecidos e vencermos as
nossas batalhas diárias.
As guerras
revelam o melhor ou o pior das pessoas. Nela se manifestam os covardes e os
heróis. Como nós não temos melhor, somente pior, dependemos totalmente da graça
para nos fortalecer. A graça de Deus é o nosso melhor!
Um comentário:
Obrigado por esta reflexão pr. Abraço.
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