segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

NATAL – UMA ANTIGA PROMESSA



            
Não sabemos se Jesus nasceu mesmo no dia 25 de dezembro. É provável que não.  Mas foi a data escolhida pela cristandade para comemorarmos o seu nascimento. 
De fato, este nascimento foi uma encarnação. A pessoa do Filho de Deus já existia, eternamente, antes de aqui nascer (João 1.1). A segunda pessoa da Trindade se fez humana, sem deixar de ser divina. Isso ocorreu para que se cumprissem antigas promessas de Deus.  

            O pecado humano e a graça divina foram os fatores que tornaram necessário este nascimento. Ao desobedecer a Deus, o homem trouxe a ruína para o belo e perfeito mundo criado. Dor, tristeza, doença, cansaço, fadiga, desesperança, desespero e morte misturaram-se com a beleza e os prazeres da vida. Nosso mundo é como um belo templo arruinado. Há resquícios de beleza e vida convivendo com feiura e morte. 
Algumas vezes, a vida é tão boa e bela que esquecemos de Deus e de nosso pecado e desejamos permanecer aqui para sempre. E, às vezes, a vida é tão terrível que esquecemos de Deus e nos desesperamos dela, desejando sair daqui o mais rápido possível para um lugar melhor. O cristianismo apresenta a sólida esperança de que um dia esses dois desejos se cumprirão. O templo será restaurado! Cremos nisso porque assim Deus, graciosamente, prometeu. 
            Essa combinação de tristeza e esperança já aparece na primeira promessa feita por Deus à raça humana, narrada em Gênesis 3.15. Depois de confrontar o homem com sua desobediência, Deus, que é o Supremo Juiz e Governante do universo, apresenta a sentença pelo pecado cometido. 
            A primeira sentença é para a serpente e sua descendência. Conforme a revelação posterior nos indica, esta serpente é Satanás.  Sua descendência é formada por todos aqueles que não se sujeitam ao domínio de Deus, sendo resistentes à Sua vontade. Jesus os  chamou de “raça de víboras” (Mt 12.34; Ef 2.1-3; 1 Jo 3.10; Ap 20.2). 
            A mulher, como a mãe de todos os viventes, representa a humanidade. Sua descendência são todos que resistem à serpente, sujeitando-se às ordens de Deus. Esta semente seria encabeçada por um único descendente que a representaria, o novo Adão, o cabeça da nova humanidade (Rm 5.14; 1 Co 15.22,45).
              Deus anuncia uma hostilidade entre os dois grupos de descendentes, os quais estariam em constante inimizade e conflito. Esta é a história da humanidade! Uma constante batalha entre o bem e o mal, entre a verdade e a mentira, entre os que se submetem a Deus e os que lhe resistem. 
            Uma guerra que deixaria feridos em ambos os lados, mas que teria um vencedor. Usando a linguagem da época em que o relato foi primeiramente escrito, Deus anuncia que o descendente da mulher pisaria sobre a cabeça da serpente. Nas guerras daquela época, o vencedor trazia o vencido aos seus pés e pisava em sua cabeça. Com este gesto, indicava que dominava sobre ele (Js 10.24). Com estas palavras Deus garante que o descendente da mulher derrotaria a serpente. Para Adão, ouvir esta sentença para a serpente, deve ter sido motivo de esperança. Tanta foi a esperança que ele deu um novo nome para sua esposa, chamando-a de “Eva”, mãe de todos os viventes.Haveria vida e esperança no meio da morte (Gn 3.20). 
            Mas o descendente também seria ferido. Sofreria a penalidade da culpa humana. Em sua vinda ao mundo, Jesus se solidarizou com a mistura de tristeza e alegria da humanidade. Ele sofreu por tomar sobre si o castigo pelo nosso pecado, mas foi esse sofrimento que nos trouxe a paz e a cura. Foi através de suas dores que Jesus experimentou a satisfação de fazer a vontade de Deus prosperar (Is 53.5,10-12). Foi através de sua morte que, finalmente, a morte foi derrotada (Hb 2.14,15).
            Já nesta promessa temos a profecia sobre os sofrimentos de Cristo e sobre as glórias que lhes seguiriam (1Pd 1.11).
            A promessa de um descendente vitorioso, que derrotaria as maldições resultantes do pecado, foi repetida nas Escrituras (Gn 12.1-3; Is 7.14; 9.6,7; 11.1-10; Mq 5.2) e começou a se cumprir milhares de anos depois, no nascimento de Jesus (Mt 1.21-23; Gl 4.4,5).
Este mundo será restaurado. Haverá novos céus e nova terra. Os portões do Paraíso, fechados por causa do pecado dos nossos primeiros pais, será reaberto por causa do nascimento, morte e ressurreição de Jesus. No Natal esta antiga promessa começou a se tornar realidade. 

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