quinta-feira, 11 de setembro de 2008

O que Cesar Cielo tem em comum com o apóstolo Paulo?

O nadador Cesar Cielo entrou para a história do esporte brasileiro com a emocionante conquista da primeira medalha de ouro da natação do Brasil. Para chegar a este feito ele precisou de grande dedicação. Devoção aos treinamentos e renúncia a muita coisa que outros jovens desfrutariam. Ficou longe da família, não podia sair para diversões e namoro, teve que cuidar da alimentação, do sono, etc. Foi o preço da medalha.

Isto me fez lembrar 1 Co 9.24-27.

Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. Todo atleta em tudo se domina; aqueles, para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, a incorruptível.

Assim corro também eu, não sem meta; assim luto, não como desferindo golpes no ar. Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado.

Aqui Paulo usa o exemplo dos atletas que corriam e lutavam nos Jogos Ístmicos, que eram realizados de dois em dois anos na cidade de Corinto, para ilustrar a atitude dos cristãos na sua corrida e luta na vida cristã.

O cristão deve correr a carreira cristã com a determinação de vencedor. Dos vários atletas que corriam no estádio, apenas um levava o prêmio. Paulo exorta seus leitores: Vivam a vida cristã com a determinação de serem vencedores. Sejam determinados para vencer e não apenas competir. Para ser um vencedor um atleta emprega, de modo consciente, os poderes, recursos e talentos que tem para atingir o alvo. Assim deve ser o cristão. Empregar todos os recursos que Deus lhe deu para prosseguir vitorioso no cristianismo (2 Ped 1.3,4).

Um atleta vencedor tem domínio próprio para treinar com grande dedicação e fazer sacrifícios. Enfrenta tentações para fazer outras coisas mais fáceis no lugar de treinar. Seu corpo muitas vezes está doendo, sem vontade de fazer aquele esforço. Mas a falta de domínio sobre o corpo não traz medalhas. Naquela época o atleta se preparava treinado durante dez meses antes dos jogos sob a supervisão de juízes. Além do treinamento rigoroso se abstinha da comida prejudicial, vinho e atividade sexual. Tudo que poderia prejudicar sua condição física era deixado de lado. Para completar a carreira cristã é preciso ter domínio próprio. Que é fruto do Espírito Santo em nossas vidas (Gal 5.23) e também uma qualificação necessária para não ser infrutífero e improdutivo no Reino de Deus (2 Ped 1.5-8)

A vitória só vem quando há um objetivo certo e determinado. Estar com a mente voltada para a medalha. Paulo diz que não corria por correr, mas corria para ganhar. Ele não dava socos no ar, mas quando desferia seus golpes tinha o alvo derrubar o oponente. Não podia desperdiçar esforços e tempo. Na vida cristã é preciso ter em mente que nosso alvo é agradar a Deus, ser aprovado por Cristo, que nos chama para os céus. (Filip 3.14). Para isto é preciso abrir mão até de coisas que em si não são erradas, podem ser até boas, mas que não irão contribuir para a conquista do prêmio.

O atleta Cesar Cielo disse em um programa esportivo que esmurrava seu corpo antes de entrar na piscina, preparando-o para a dura competição que teria a seguir. Paulo também disse que esmurrava seu corpo. Ele está usando linguagem figurada para expressar que tratava duramente seu corpo, mantinha-o em disciplina. Seu corpo não era seu senhor, mas ele era o senhor de seu corpo. Ele fazia isto para que depois de pregar a outros ele mesmo não fosse desqualificado. O arauto (pregador) anunciava os atletas que estavam qualificados para os jogos naquela época, e também proclamava os que estavam desqualificados. Os atletas tinham que cumprir determinadas regras para se qualificarem para as competições. Paulo via a si mesmo tanto como o arauto que convidava as pessoas para a competição cristã, como um atleta que estava para ser examinado e entrar nos jogos. Por isso ele se dominava, porque não queria ser desqualificado depois de ter anunciado a outros.

Apesar destas várias semelhanças, há uma forte diferença entre os atletas e Paulo, e conseqüentemente entre os atletas e os cristãos. Enquanto eles buscam um prêmio que não é eterno, nós teremos um prêmio que permanecerá para sempre. Nunca será perdido, esquecido, nem desgastado. Se atletas que buscam uma medalha que um dia não existirá mais (pois tudo neste mundo será consumido pelo fogo) mantém uma disciplina dura e determinada, quanto mais nós.

O problema é que muitos cristãos querem a vitória, mas não estão dispostos a pagar o preço. Querem o prêmio, mas não querem fazer os sacrifícios necessários. Querem um caminho confortável e fácil. Ficam tristes porque não estão avançando na vida cristã, porque não conseguem progredir. Mas também não estão dispostos a deixar o tempo da diversão para se dedicarem a oração, estudo da Bíblia, freqüência à igrejas, e trabalho no Reino de Deus. Sem dedicação não haverá galardão.

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