
O capítulo 27
do livro de Atos ilustra o princípio de que os erros dos outros não impedirão a realização do plano de Deus em
nossas vidas.
Paulo
permaneceu preso por causa do Evangelho por mais de dois anos na Judéia. Então
foi enviado para Roma, onde seria julgado pelo imperador. A viagem havia se atrasado, e a época não era
propícia para a navegação. Ele advertiu o centurião romano que a viagem se
tornaria perigosa e traria prejuízos, mas este preferiu acreditar no piloto e
no mestre do navio e acatou a decisão da maioria, de que era melhor continuar a
viagem.
O desastre
aconteceu. O navio foi levado por um tufão para alto mar. A carga do navio teve
que ser lançada fora, mais de 300 toneladas de trigo. Eles foram envolvidos por
uma tempestade tão grande que não conseguiam nem ver a luz, foram 14 dias de
escuridão. Chegaram a perder todas as esperanças de que escapariam com vida.
O centurião do
navio tomou uma decisão errada, mas Deus garantiu a Paulo de que o propósito
d’Ele, de que Paulo testemunhasse em Roma, seria realizado. A decisão
equivocada e desastrosa do centurião não impediria que o plano de Deus se
concretizasse na vida de Paulo. Nenhuma tempestade, nenhum tufão, nenhum
prejuízo, nenhuma decisão errada dos outros impediria o plano de Deus para vida
de Paulo. Por isso, Paulo não deveria temer.
Estamos
sujeitos às decisões de pessoas que têm autoridade sobre nós (pais, maridos,
chefes, governantes e outros). Algumas vezes estas autoridades tomam decisões
desastrosas, mas não precisamos temer, pois temos a garantia de que os erros
dos outros não impedirão que o plano de Deus se cumpra em nossa vida.
O texto ainda
ilustra outra lição: A garantia de que o plano de Deus vai se cumprir em nossa
vida não impede que soframos as consequências doloridas das decisões erradas de
outros.
Paulo sofria
sem culpa. Ele havia advertido do perigo, mas a maioria decidiu continuar a
viagem. Ele estava no mesmo barco que os outros! Por isso, sofreu os mesmos
perigos dos outros. A tempestade também o atingiu.
Algumas vezes o
nosso sofrimento é resultado da escolha de outros. Avisamos e alertamos, mas os
que nos acompanham teimam em prosseguir no que vai dar errado, e nem sempre
conseguimos ou podemos abandonar o barco! Então, a tempestade se abate sobre
nós também, e sofremos o prejuízo junto com outros. Nestas horas devemos
lembrar: há um Deus no controle, Ele cuida de nós. Nossas vidas estão em Suas
sábias e amorosas mãos. Nem sempre o caminho para o cumprimento do plano de
Deus nos concede céu de brigadeiro ou mar azul sem tempestades.
Quero destacar
um terceiro princípio ilustrado neste capítulo: a garantia de Deus não deve
impedir a nossa ação, devemos fazer o que está diante de nós e confiar na
bênção de Deus. Paulo tinha a garantia de Deus de que ninguém iria morrer, mas
ele exorta as pessoas a comerem, avisando que se não fizessem isso, elas
pereceriam. Também avisa o centurião da intenção dos marinheiros de escaparem,
ele empreende as ações necessárias, pois o plano de Deus seria cumprido através
delas. Deus fez o que Paulo não podia fazer, tocou no coração do centurião para
impedir que os soldados matassem os prisioneiros.
A garantia de
Deus não deve nos impelir à passividade, mas à ação confiante. Temos que tomar
as atitudes corretas que as oportunidades diante de nós apresentam, e confiar
na soberania de Deus.
OREMOS POR
SABEDORIA E DISPOSIÇÃO PARA EMPREENDER AS AÇÕES NECESSÁRIAS ENQUANTO CONFIAMOS
NA SOBERANIA DE DEUS.
Este capítulo é
uma excelente ilustração da interação entre a soberania de Deus e a ação
humana. Para mais detalhes desta interação entre a soberania divina e ação
humana leia o artigo que postei no blog em dezembro de 2012.