O
poema Invictus, escrito pelo inglês William Ernest Henley em 1875, foi citado
muitas vezes na literatura e no cinema, normalmente de forma motivadora, para
afirmar que nada pode impedir a vontade de alguém em realizar seus sonhos e
projetos. Nele o poeta agradece a algum deus (se houver algum, conforme ele
diz) por sua alma que não se curva aos golpes da vida. O verso final diz assim:
Por ser
estreita a senda – eu não declino,
Nem por
pesada a mão que o mundo espalma;
Eu sou
dono e senhor de meu destino
Eu sou o
comandante de minha alma.
As duas últimas
linhas são as mais conhecidas e expressam a filosofia autônoma que caracteriza a
vida no mundo ocidental desde o advento do Iluminismo. O homem se julga dono e
senhor de seu destino, o único comandante de sua vida.
Mas a História de cada um
de nós prova o contrário, nenhum de nós é senhor do seu destino nem comandante
de sua vida. A declaração da poesia só se aplica a um homem: Jesus Cristo. Só Ele
foi senhor e dono de seu destino e comandante de sua vida.
Nenhum de nós escolheu nascer, nem decidimos
a nossa origem e lugar de nosso nascimento. Mas Jesus teve este poder. Ele
escolheu nascer entre os homens, esta foi uma decisão sua. Lemos em Filipenses
2.6,7 que Ele esvaziou a si mesmo, assumindo a forma de servo e tudo que inclui
a verdadeira natureza humana. Sendo
Deus, Jesus escolheu o tempo e o lugar de seu nascimento. Sabemos disso pelas
profecias que já estavam feitas muito antes d’Ele nascer (Mt 1.22; 2.5).
Ninguém consegue controlar suas
decisões e o seu tempo de modo a não se curvar a nenhuma pressão, seja das
pessoas ou circunstâncias. Por mais forte que seja a nossa determinação, normalmente
nossos planejamentos cedem diante de imprevistos superiores à nossa vontade.
Mas Jesus era senhor de seus momentos e da direção de sua vida, não cedendo às
pressões ao seu redor. Quando sua mãe lhe comunica a necessidade de vinho nas
bodas de Caná, Ele calmamente responde que ainda não é chegada a sua hora (Jo
2.4). Quando seus irmãos insistem para que Ele suba a festa e manifeste
publicamente suas obras, Ele lhes diz que o seu tempo ainda não havia chegado
(Jo 7.4). Noutra ocasião sua mãe e seus
irmãos tentam falar com Ele, mas nem isso interrompeu Seu ministério de ensino
(Mt 12.46-50). Quando seus discípulos o
procuram para lhe informar de Seu sucesso, Ele não se deixa levar por essa
informação, mas se levanta para continuar cumprindo Sua missão (Mc 1.35-39).
Muitas vezes as necessidades físicas
se colocam entre nós e as nossas decisões, de modo que não conseguimos avançar
com nossos projetos por causa delas. Jesus soube dominar suas necessidades de
fome e sede, priorizando Sua missão (Lc 4.2-4; Jo 4.6-30). Os discípulos
insistiram que Ele se alimentasse, mas Ele indicou que não era o alimento
físico que determinava seu uso do tempo, mas a vontade do Pai (Jo 4.34).
Mesmo que alguém, com fortíssima
determinação, consiga controlar os fatores mencionados nos dois parágrafos
acima, a morte ainda tem o poder de impedir a realização de seus sonhos. Mas
com Jesus não foi assim. Ninguém apressou Sua morte, mesmo tentando (Lc 4.28-30).
Ela ocorreu no momento que Ele havia marcado. Apesar da astúcia dos homens e da
traição de um dos seus, Ele sabia o Seu momento e o havia predito (Mc 8.31;
9.31; 10.32ss; 14.1,41,42). Conhecia quem o entregaria, quem o negaria e que os
discípulos o abandonariam (Mc 14.21,27,30). Estava certo de Seu destino depois
da morte (Mc 14.28). Voluntariamente se encaminhou para o lugar onde seria
preso, pois era desta forma que as Escrituras se cumpririam (Mc 10.32,49).
No seu julgamento não conseguiram
incriminá-lo com falsas acusações, mas voluntariamente e sinceramente confessou
quem Ele era, fornecendo o motivo que seus adversários queriam para acusá-lo e
mandar matá-lo (Mc 14.53,55-65). Contrapondo-se à negação medrosa de Pedro, Ele
manifesta confiança (Mc 14.66-72). Quando interrogado por Pilatos, governador e
representante do Império Romano, a força dominante na época, Ele é que se
mostra o Soberano e Senhor da situação (Mc 15.1-15).
Ele permaneceu calado e deixou-se
castigar (Mc 15.15-20). Rejeitou a bebida anestesiante que poderia aliviar Sua
dor (Mc 15.23). Foi Ele quem entregou Seu espírito, demonstrando completo
senhorio sobre a morte (Mc 15.37). A sua morte foi uma autodoação em prol de
seus amigos (Jo 15.13). Deixou claro que Sua vida lhe pertencia e que poderia
espontaneamente doá-la, pois tinha autoridade para entregá-la e reavê-la (Jo
10.18).
Ninguém tem este poder e autoridade sobre
sua própria vida, apenas Jesus. Portanto, Ele é o Único Invictus, o único
Invencível.
Um comentário:
Estou alegre por encontrar blogs como o seu, ao ler algumas coisas,reparei que tem aqui um bom blog, feito com carinho.
Posso dizer que gostei do que li e desde já quero dar-lhe os parabéns,decerto que virei aqui mais vezes.
Sou António Batalha.
Muita paz.
PS.Se desejar visite O Peregrino E Servo.
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