Você já foi vítima de falsa propaganda?
Já teve expectativas que o produto adquirido não satisfez? Como é
decepcionante! Mas nós, além de vítimas, também podemos ser causa e autores da
falsa propaganda, causando decepções e frustrações nos outros. Isso acontece
quando buscamos e usamos o artifício da vanglória.
A vanglória é a glória vazia e sem
conteúdo. É aquele orgulho sem nenhum motivo ou com falsos motivos, que ocorre
quando a pessoa busca ou mesmo consegue uma reputação sem o devido fundamento.
Ela até causa uma boa impressão, mas apenas com base na aparência, uma impressão
oca, pois falta realidade ao que é propagado. É um produto com preço inflado, não vale o que marca a etiqueta. Em resumo, vanglória é falsa
propaganda. Passa-se a ideia de que algo existe e é bom, só que isso não é
verdade.
Essa glória vazia surge por causa de
nosso desejo pela fama. Uma tentação perigosa e sempre presente é a aspiração
pelas honras e glórias humanas. Ansiamos
por ser aceitos e amados, o que é lícito. Mas como tudo que é apropriado, este
anelo também tem sido corrompido pelo pecado e nos conduz à vanglória.
Somos exortados pelo Senhor a não
buscar esta glória vazia.
Não nos
deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos
outros.
(Gálatas
5.26).
Lembremos
que todo motivo de glória em nossas vidas é fruto da graça de Deus e não de
méritos nossos. "Tudo o que nós, criaturas, temos, nós temos apenas como uma dádiva, e, portanto, nunca devemos nos vangloriar de coisa alguma como se a tivéssemos produzido por nós mesmos (1 Co 4.7)" (Daniel P. Fuller, em A Unidade da Bíblia, pg.109)
A vã glória é tão vazia que não se
apresenta só, sempre se faz acompanhar. Uma de suas companhias preferidas é a
provocação, que produz irritação.
Algumas vezes o orgulhoso faz isso de forma inconsciente. Noutras se
apresenta arrogantemente com o precípuo propósito de provocar e irritar as
outras pessoas.
Outra companheira da vanglória é a
inveja. Que é aquele sentimento de má vontade diante da vantagem, suposta ou real,
de outra pessoa. É um ressentimento pelo fato do outro possuir algo, que se
deseja, mas não se possui. Normalmente esta má vontade se manifesta num
menosprezo para com o outro, ou mesmo em tentar destruir aquilo que se quer e
que o outro tem. Como disse Xenofonte:
“Os invejosos são aqueles que se zangam somente porque os seus amigos têm
sucesso”.
A irritação e a inveja causam,
alimentam e manifestam o orgulho. São como palha na fogueira. Com os aditivos da inveja e da provocação, a vanglória intoxica nossos relacionamentos e envenena nossa vida.
A busca pela glória humana é incompatível
com a fé em Cristo. Jesus afirmou que:
Como podeis
crer, vós os que aceitais glória uns dos outros e, contudo, não procurais a
glória que vem do Deus único?
(João
5.44)
Ela também é enganosa.
Porque, se
alguém julga ser alguma coisa, não sendo nada, a si mesmo se engana. Mas prove
cada um o seu labor e, então, terá motivo de gloriar-se unicamente em si e não
em outro.
(Gálatas
6.3,4)
Faz-nos pensar de nós mesmos o que de
fato não somos. Carregamos um autoconceito que é falso. O soberbo nem percebe
que está agindo com arrogância, pois esta
o ilude. Como expresso pelo amigo e pastor Daniel Simões: “A soberba
é como mau hálito, só não percebe quem o tem”.
No lugar de olharmos para as
realizações das outras pessoas tentando competir com elas, sendo levados pela
inveja e causando irritação, devemos averiguar nosso próprio trabalho.
Inspecionar a nós mesmos para verificar se estamos realizando o nosso dever,
cumprindo com nossa obrigação e concluindo nossa missão.
Muitos dos problemas de relacionamento
surgem porque, ao invés de cuidarmos das nossas obrigações, ficamos mais
preocupados em verificar se os outros estão fazendo a suas. Fazemos isso com a
finalidade de arrumarmos desculpas para a nossa inatividade e displicência, e
dizemos “eu não fiz, mas também fulano não fez a parte dele”. Outras vezes olhamos para o que os outros
estão fazendo por competição, para nos compararmos e nos proclamarmos
melhores.
Cada um de nós deve levar sua própria
carga de tarefas, e quando olharmos para as tarefas dos outros, que seja para
ajudar e não para competir. Afinal, como
afirmou Bernardo de Clairvaux (1090-1153) “O primeiro passo para o orgulho é
a comparação”.
Deixemos de lado a vanglória, o desejo
de impressionar os outros e a busca pela fama ofertada pelos homens. Busquemos
a glória que é eterna e tem peso, que é sermos aceitos e aprovados por Deus,
por confiarmos e esperarmos nele, através do Seu Filho Jesus Cristo.
E se as honras humanas baterem em nossa
porta, que sejam trazidas pela providência divina e não porque corremos atrás
delas. E que elas sejam lançadas aos pés daquele que merece toda a glória.
os vinte e
quatro anciãos prostrar-se-ão diante daquele que se encontra sentado no trono,
adorarão o que vive pelos séculos dos séculos e depositarão as suas coroas
diante do trono, proclamando: Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a
glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da
tua vontade vieram a existir e foram criadas.
(Apocalipse
4.10,11)
3 comentários:
Texto propício para agora que estamos começando o ano e começando também nos novos cargos para servirmos a Deus no corpo de Cristo que é sua Igreja.
Muito bom, leia tambem o meu blog: http://marciocandido2013.blogspot.com.br/
É uma verdade incontestável. Devemos cuidar muito bem desse desejo de reconhecimentos dos homens como se fossemos alguma coisa. Senhor! livra-nos da vanglória.
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