Há pessoas que tem
como hobby polir pedras. Eles as recolhem e as submetem a um processo de
refinamento até que as pedras percam as manchas que as enfeiam, as saliências
que as tornam ásperas e as irregularidades que as deixam disformes. Trabalham
com elas até que se tornem lindas, lisas, lustrosas e harmônicas. É uma
atividade que exige muita paciência.
Isso pode ser feito
manualmente, lixando as pedras com força e jeito e depois submetendo-as a poções
abrasivas que corroem as manchas e rugas. Outros usam uma máquina chamada de
misturador de pedras ou polidor elétrico. As pedras são colocadas numa vasilha
com substâncias abrasivas e cascalho, e por vários dias são deixadas girando
dentro do polidor. A fricção de umas contra as outras e com o cascalho
esmerilha as pedras, causa o desgaste mútuo, eliminado tudo que não coopera
para a beleza e a simetria.
Creio que nós também
somos assim. Podemos ser polidos, refinados, aperfeiçoados e transformados em
pessoas melhores, melhorando também a vida de outros. Mas, qual é o processo
para nosso aperfeiçoamento?
O escritor Kelvin Alan
Milne menciona algo muito comum "Pelas provações,
principalmente. Vivenciando coisas que parecem difíceis de suportar. Doenças,
fome. Ou a perda de alguém amado... Essas são as “lixas” e “poções abrasivas” pesadas, o tratamento de choque.
Mas há um
tratamento diário e aparentemente não tão duro “Também existe uma grande
quantidade de desafios menores que encaramos todos os dias. À medida que os
superamos, nós somos mais refinados, aos poucos, esculpidos em algo melhor”.
Algumas pessoas
fogem desse processo. “Podemos nos esquivar de
tudo que é difícil. Mas não poderemos deter o processo de refinamento da vida,
estaremos apenas atrasando o nosso aperfeiçoamento. Quando encaramos desafios e
nos esforçamos ao máximo, notamos uma diferença em nós mesmos. Fugir do que é
difícil e não enfrentar os desafios irá produzir desgaste, sem dar o devido
polimento".(Kelvin Alan Milne, em Uma boa ação, pg. 306)
O que o autor
chama de processo de refinamento da vida é a ação de Deus em nos tornar
semelhantes a Cristo. Isso nos faz lembrar de Romanos 8.28,29: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem
daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.
Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem
conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre
muitos irmãos”.
As circunstâncias difíceis
da vida são o misturador de pedras que Deus usa para nos polir e revelar a
beleza de Seu Filho em nós. É na fricção com outros que somos afiados e
afinados (Provérbios 27.17). É no enfrentamento dos desafios grandes e pequenos
que somos esmerilhados. Nossas asperezas são aparadas, nossas deformidades alisadas,
e nossas manchas removidas.
Estamos
contaminados com muita sujeira que se apega a nós. Ela se torna parte de nosso
estilo de vida e com o tempo se incorpora a nós. Ficamos acostumados com ela e
nem percebemos sua feiúra e deformidade. Achamos até que seja normal. Na
verdade, até nossa fé contém muitos desses elementos pecaminosos. Ela precisa
ser purificada.
1 Pedro 1.6,7 diz
que as provações que nos entristecem são as lixas e abrasivos usados por Deus para
refinar nossa fé e revelar seu valor:“embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais
contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da
vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo,
redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo”.
Quando as lutas,
provações e desafios se apresentarem diante de nós, lembremos que são os
instrumentos usados por Deus para nos transformar de pedras toscas que ferem em
pedras belas que brilham. Nosso desejo
deve ser o mesmo expresso por Albert Orsborn nesse hino:
Que a beleza de Cristo se veja em mim.
Toda Sua admirável pureza e
amor.
Oh, Tu, chama divina, todo
meu ser refina.
Até que a beleza de Cristo se veja em
mim.
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