Sempre que iniciamos um projeto ou uma nova fase na vida,
acreditamos que tudo ocorrerá da forma sonhada, que as realizações serão
exatamente como foram planejadas. Quando começamos um empreendimento, quase
sempre não levamos em conta que imprevistos ocorrerão. Casamos acreditando que
a vida familiar será exatamente como idealizada. Iniciamos em um novo emprego, minimizando
as expectativas de possíveis dificuldades. E assim por diante.
Mas, a vida sempre tem um jeito de
se mostrar diferente daquilo que esperávamos.
Por isso, saber que nossas expectativas podem ser frustradas é
reconhecer que a realidade sonhada e os planos feitos podem sofrer certos
desvios na hora de sua execução. Ignorar isso é candidatar-se a uma vida de
frustração. Aceitar é sinal de maturidade.
Muitas desistências no decorrer de grandes
empreitadas podem ser atribuídas ao fato dessa verdade não ter sido levada a
sério.
Não temos o controle total da nossa
vida nem das circunstâncias que a determinam.
As Escrituras nos advertem quanto a
isso. Em Tiago 4.13-15 somos lembrados de que nossa vida é frágil demais, que
ela é como uma neblina passageira, que não temos condições de garantir a
realização de nossos planos e que a execução do planejado depende da vontade de
Deus.
“Atendei,
agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos para a cidade tal, e lá
passaremos um ano, e negociaremos, e teremos lucros. Vós não sabeis o que
sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por
instante e logo se dissipa. Em vez disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser,
não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo”.
O livro de Provérbios mostra que planejar é uma atitude sábia, mas que a realização dos planos depende da vontade de Deus: "O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do SENHOR". (Provérbios 16.1; veja também Pv 20.18; 21.5).
Tanto o sábio autor de Provérbios, como o profeta Jeremias, nos ensinam que a direção de nossos caminhos não está em nossas mãos. "Eu sei, ó SENHOR, que não cabe ao homem determinar o seu caminho, nem ao que caminha o dirigir os seus passos". (Jeremias 10.23, veja também Provérbios 20.24).
O apóstolo Paulo passou por isso.
Ele tentou visitar os irmãos de Tessalônica duas vezes, para fortalecê-los na
fé, mas não lhe foi permitido (1 Tessalonicenses 2.18). Também tinha planos de
se encontrar com Timóteo dentro de breve tempo, mas percebeu que isso poderia
demorar (1 Timóteo 3.14,15). Noutra ocasião clamou a Deus para livrá-lo de
certo sofrimento, mas a resposta de Deus foi um soberano não (2 Coríntios 12.7-9).
Nem sempre a vida transcorre como
esperamos. Para aquele que segue a Deus essa verdade não é desesperadora, mas
confortadora. Ele sabe que Deus está no controle de todas as coisas, que tem o
Seu trono estabelecido nos céus, acima de qualquer contingência e acidente, e
que Seus olhos fazem uma varredura em toda a terra (Salmo 103.19; Provérbios
15.3). Jesus ensinou que nenhum pardal cai sem que isso esteja de acordo com a
vontade do Pai celestial e que até os nossos fios de cabelos estão contados por
Deus (Mateus 10.29,30).
O fiel a Jesus Cristo crê que os
planos d’Ele são planos bons, e que a Sua vontade é boa, perfeita e agradável
(Jeremias 29.11; Romanos 12.2). Continua confiando e obedecendo mesmo quando vê
que suas expectativas não estão se cumprindo e não entende o porquê (Daniel
3.17,18). Persevera dependendo da misericórdia de Deus (Lamentações 3.25-27). No
abatimento, ele chama sua alma para uma conversa e a convoca a esperar em Deus
(Salmo 43.5).
Para quem crê em Cristo, o caminho
pode até conter tristezas, mas o final será feliz (Romanos 8.18). Os
contratempos são por breve tempo, e estão dentro do tempo de Deus, com o
objetivo de tirar de tempo tudo aquilo que não coopera para aperfeiçoar nossa
fé (1 Pedro 1.6,7).
Se a vida não acontece de acordo com nossas expectativas, o
problema não está com a vida, nem com o plano de Deus, mas com nossas
expectativas. Com certeza elas não se encaixaram com as de Deus.
É parte de Seu plano sofrermos certas decepções, para nosso amadurecimento, aprendendo a ter como expectativa a vontade d'Ele. E Ele, como
Pai amoroso, continuará guiando-nos para que tudo coopere para o nosso bem,
para sermos semelhantes a Seu Filho Jesus, e assim, realizados e felizes para
sempre!
No final de tudo, quando olharmos
para trás, poderemos dizer: Ufa!Ainda bem
que a minha vida não transcorreu de acordo com as minhas expectativas!
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