O término de
um ano e início de outro são ocasiões propícias para duas atitudes: analisar o
passado e planejar o futuro. Atividades que podem tornar o presente frustrante.
Pois nem temos todas as explicações sobre o que passou e nem conhecimento e
poder para controlar o que virá.
Mas há alguém
cujos planos não podem ser frustrados, porque para Ele tudo é possível. Ele tem
poder ilimitado e conhecimento inalcançável. Foi isso que Jó confessou (Jó
42.1-6).
Jó era um
homem justo, reto, que adorava a Deus em obediência, afastando-se de todo
pecado. Tinha uma vida confortável e próspera. Uma boa família, riqueza em
abundância, amigos e respeito de sua comunidade. Era um adorador completo e
sincero, cumprindo as regras exteriores do culto, sem esquecer-se do respeito
interior, fruto de um coração que temia desagradar a Deus (Jó 1.1-5). Deus se deleitava com sua vida e o elogiou enfaticamente
diante de Satanás (Jó 1.8; 2.5)
Mas um dia a
situação mudou drasticamente. Em poucas horas perdeu filhos
e bens. Depois a saúde, o apoio da esposa e o conforto dos amigos. E o mais
terrível, Deus ficou em silêncio. Não respondia aos seus questionamentos e
orações. Parecia que Jó também tinha perdido a comunhão com Deus. Aparentemente
ele ficou sozinho com seu sofrimento.
O que havia
acontecido? No relacionamento entre o homem e Deus há um adversário de ambos
que, como tentador, busca afastar o homem de Deus e, como acusador, tenta
afastar Deus do homem. Ele fez um ataque ousado a ambos. De uma tacada só ele
acusou Jó de hipócrita e insincero e Deus de tolo.
Disse que Jó
servia a Deus por interesse e que Deus era tão ingênuo que nem percebia isso.
Para ele, Jó era justo porque lucrava com isso. Certo comentarista disse que
nesta difamação A própria justiça de Jó,
na qual Deus se deleita, é destituída de toda integridade; e se tornava um pecado terrível. Satanás demonstrou todo
seu cinismo, não consegue crer que alguém pode ser fiel a Deus sem ser interesseiro
e duvida da capacidade de Deus de julgar acertadamente o coração dos
homens.
Deus vai
vindicar a Si mesmo e a Jó, provando que Satanás estava errado. Demonstrará que
Jó de fato era um crente fiel e devotado de coração, e que Deus conhece e
avalia corretamente as pessoas. Por isso
permitiu que Jó perdesse tudo e ficasse sem nenhum sinal do favor de Deus. Inclusive
sem respostas. E é justamente o fato de
Deus parecer afastado dele que lhe provoca a maior dor.
Jó se defendeu
das acusações de seus três amigos, que afirmavam que a causa de seu sofrimento
era algum pecado em sua vida, numa série de debates, e depois fez sua defesa
final (Jó 3-26; 28-31). Um quarto amigo também discursou exortando Jó a aceitar
a disciplina de Deus (Jó 32-37).
Então o Senhor
falou com Jó. Não explicou a razão do sofrimento. Através de perguntas demonstrou
que o entendimento de Jó era limitado até naquilo que lhe era visível e
passível de ser observado e estudado (Jó 38-39). Depois convidou Jó a observar
algumas de Suas criaturas selvagens, que os seres humanos não conseguem
domesticar. Deus não apenas compreende todo comportamento do mundo, como
controla todas as feras. O argumento de
Deus foi: Jó, se você não consegue entender os acontecimentos naturais e nem
dominar alguns animais, por que acha que pode me entender e contender comigo?
Diante da fala
de Deus, Jó fez sua confissão: Eu sei que
tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser impedido. A confissão de Jó é
que nada pode impedir ou podar os planos de Deus, em outras palavras, não há
impossíveis para Deus.
Jó compreendeu
que Deus, além de ter todo o poder (isso ele já sabia), tem também o direito de
dispor de suas criaturas conforme Sua sábia vontade. Inclusive fazer o que fez com Jó. O exercício de Seu poder tem um propósito
sábio, embora nem sempre compreendido pelo homem. Algumas vezes este
entendimento nos escapa. Embora o sofrimento de Jó tenha parecido sem sentido,
ele agora sabia que para Deus tinha sentido, e isso lhe era o bastante.
Embora Deus
não justificou e nem explicou a razão do sofrimento para Jó, ele soube que Deus
sabia o que e por que estava fazendo. Isso satisfez a Jó. Lembro-me de uma
frase que diz “Não conheço o meu futuro, mas conheço quem o conhece, e isso me
dá segurança.”
Jó também
confessou sua intromissão em assuntos que iam além de seu entendimento. Exigir
uma explicação para todo e cada caso de sofrimento é intrometer-se numa área
além da compreensão humana. É falar o que não se pode discernir, e correr o
risco de obscurecer o plano de Deus.
Como parte de
sua confissão, Jó admite que bem melhor do que qualquer vindicação de sua
justiça foi o encontro pessoal com Deus. Não houve uma forma física revelada,
pois Deus falou do meio de um redemoinho, mas foi a Palavra de Deus que O
revelou. Esta experiência transcendeu todo e qualquer sofrimento e também
qualquer teoria sobre Deus.
Diante disso, reconheceu
seu lugar e se calou, silenciou no descanso da confiança. Sentiu-se confortado,
embora ainda no pó e na cinza. A palavra “arrependo-me” também admite a
tradução “estou confortado”. Deus ainda não havia restaurado seus bens, mas a
presença de Deus era seu maior bem, por isso, agora, mesmo sofrendo, ele
descansa.
Ficou provado
que Satanás estava errado: Jó não temia a Deus por interesse e Deus, conhecia
plenamente o caráter de Jó.
Sabemos quase
nada do futuro e nosso poder para controlá-lo é menor ainda. Não sabemos tudo
que nos reserva 2017, e nem precisamos saber, pois conhecemos o Deus que tem o
controle de cada dia que virá, sabemos que Seus planos se cumprirão, que Ele é
o Deus do impossível. Caminhemos para 2017 confiando nesse Deus.
Não é preciso conhecer o futuro, é suficiente conhecer quem o controla.
3 comentários:
Amém pastor! Muito obrigada por suas palavras! Deus o abençoe e abençoe esse ano de 2017.
Amém. Deus seja louvado. Que devocional maravilhoso!!
Obrigado Pr. Almir pela orientação para a vida através da Palavra do Senhor. Deus abençoe o senhor.
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