sábado, 12 de maio de 2018

UMA MÃE DE GRANDE FÉ – 1ª PARTE

A fé é imprescindível para todas as atividades da vida, inclusive para a maternidade. Qualquer mulher que deseje ser bem-sucedida como mãe necessita ter fé. E se for mãe de filhos problemáticos ela precisa de uma grande fé. A Bíblia nos conta a história de uma mãe que tinha uma pequena filha com grandes problemas. Relata que ela alcançou a vitória pois sua fé era maior do que os problemas de sua filha.
Ao narrar o ministério de Jesus, Mateus e Marcos nos contam que, após alguns debates travados com religiosos judeus, Jesus deixou Genesaré, uma cidade agradável e fértil, e foi para a região onde estavam as cidades de Tiro e Sidom. Uma caminhada de uns oitenta quilômetros, subindo das margens do Mar da Galiléia, percorrendo uma região montanhosa e depois descendo para as planícies costeiras do Mar Mediterrâneo. Eles e seus discípulos devem ter gasto uns três dias nesta caminhada. Esta região era habitada por gentios. Nações que não eram do povo judeu, que não pertenciam ao povo da aliança (Mt 15.21-28; Mc 7.24-30). 
 Ao chegar ali, Jesus e os discípulos se hospedaram numa casa. O desejo de Jesus era que ninguém soubesse de sua presença. Não nos é informado o motivo desta longa caminhada e desta drástica mudança. Jesus vivia um momento de popularidade e questionamentos. Talvez buscasse um lugar onde fosse menos conhecido, para assim acalmar as pretensões das multidões, que queriam fazer dele um rei, após o milagre da multiplicação dos pães e peixes.   Ou talvez quisesse um lugar mais tranquilo para instruir seus discípulos sobre a verdadeira pureza, ensinando-lhes que esta não dependia de rituais externos, mas do coração. Esse havia sido o assunto do debate com os fariseus e escribas (Mt 15.1-20).
Mas a notícia de que Ele havia chegado na cidade vazou, e uma mulher imediatamente a ouviu. Com um “eis” que poderia ser traduzido “vejam”, Mateus chama nossa atenção e nos convida a imaginar a cena: a mulher vem clamando até Jesus. Ele também nos informa que esta mulher era cananéia, enfatizando assim, que ela não era da nação escolhida por Deus, o povo de Israel, mas das nações pagãs que habitavam naquela região. Marcos nos diz que ela era grega e siro-fenícia, isto é, tinha uma cultura e uma religião diferentes.
A mulher tem um grande problema, e por isso grita, clama em alta voz, pedindo o socorro de Jesus. O conteúdo de seu clamor é bem específico: ela pede misericórdia. Misericórdia é o sentimento que motiva alguém a compartilhar o sofrimento de outrem e age para aliviar aquela aflição. É a sensibilidade pela miséria alheia que se transforma numa compaixão ativa. Como fez o samaritano, ajudando o desconhecido assaltado e ferido que se encontrava à beira do caminho, abandonado quase à morte. Um ato desinteresseiro, mas eficiente (Lc 10.33,37). 
Misericórdia é o equivalente do termo “graça” do Antigo Testamento, aquele amor que se inclina a agir favoravelmente com alguém sem levar em conta seus méritos ou deméritos. A pessoa que demonstra graça socorre o necessitado, mesmo que ele não mereça aquela ajuda, como os anjos fizeram com Ló, puxando-o pela mão, e assim o livraram do juízo que veio sobre Sodoma (Gn 19.16,19). Quem age graciosamente não espera um retorno, quer apenas aliviar o sofrimento daquele que precisa, como Rute fez com Noemi, dispondo-se a acompanhá-la, mesmo sabendo que não havia nenhuma perspectiva de um bom futuro para si (Rt 1.16,17; 3.10).  
Os que pedem misericórdia compartilham duas características: têm uma grande necessidade que eles mesmos não conseguem resolver e sabem que não são merecedores daquilo que estão pedindo. Eles compreendem que o exercício da misericórdia para socorrer sua necessidade depende unicamente da livre vontade da pessoa a quem pedem socorro. Em outras palavras, eles reconhecem sua situação de miséria e aflição e sua impotência para encontrar a solução. Por isso, clamam a alguém, para que sinta piedade deles e os tire daquela situação miserável. 
A fé da mulher cananéia a levou a clamar por misericórdia. Mas além disso, sua fé era bem informada. Ela busca a pessoa certa do modo correto. Ela clama a Jesus, chamando-o de “Senhor, Filho de Davi”. 
Ao chama-lo de “Senhor”, ela demonstra seu respeito, entendendo que Jesus é um Mestre que tem autoridade. O título “Filho de Davi” indica que ela estava consciente da esperança messiânica dos judeus e acreditava que Jesus era este Messias. Ou seja, ela cria que estava diante  daquele Ungido que fora prometido no Antigo Testamento para trazer a salvação e restaurar o reino prometido a Davi. Esta mulher não era uma desinformada a respeito da palavra e promessas de Deus. 
Ela deve ter ouvido sobre a esperança no Libertador, que o povo de Israel tinha. Também ouviu dos milagres realizados por Jesus, e acreditou que Ele era o Libertador esperado. E assim, confessou que Ele era seu Senhor.  
O seu grito por misericórdia também indica sua crença em Jesus como o Senhor autorizado para representar Deus na terra. Ele era o agente da misericórdia divina no mundo. Reconhece que Jesus tinha o poder e autoridade suficientes para resolver seu grande problema. Por isso se prostra aos pés dele.  
Ela conta a Jesus o seu problema: sua filhinha estava horrivelmente endemoninhada. Isto quer dizer que aquela menina estava sendo atormentada por espíritos imundos. Os demônios haviam feito um ninho nela e lhe causavam tormentos. Os demônios são seres a serviço de Satanás na oposição ao plano e reino de Deus. Portanto, aquela garota estava possuída por poderes do mal que arruinavam e prejudicavam a imagem de Deus que existe no ser humano. O alvo deles era causar sofrimento e destruição. 
Quando uma filha ou filho são atormentados, as mães são ainda mais! Com certeza, elas preferem sofrer a ver seus filhos sofrerem. Portanto o tormento daquela mãe era maior do que o de sua filha. Mas ela não busca Jesus para ter explicações do porquê de sua filha estar sofrendo. Ela não pergunta por que Deus permitiu algo assim? Não! Ela clama por socorro. Busca Jesus porque crê que Ele tem a solução. Nossas necessidades são oportunidades para a oração e não para questionamentos ou busca por explicações.
         Muitas mães enfrentam problemas com seus filhos. Estes são atormentados por muitos males. As reações destas mães diferem. Umas se queixam, outras se desesperam, ainda outras perdem as esperanças. Há aquelas que buscam Deus para ter explicações, para entender as razões da aflição. Algumas se queixam de outros, culpam outros, ou reclamam quando não são socorridas e ajudadas por outras pessoas. Mas, as mães que têm fé clamam a Deus. Pedem misericórdia, e confiam em Jesus como o Salvador e Senhor de suas vidas, o único que pode libertar e aliviar os sofrimentos de seus filhos, e, consequentemente, delas mesmas.

10 comentários:

Unknown disse...

Obrigado pastor Almir pela excelente meditação. Esse é o texto que estarei pregando hoje à noite na IBRFÉ. O Senhor Deus continue abençoando sua vida, família e ministério!

Thiago disse...

Ótima explicação e belos ensinamentos

Unknown disse...

Muito boa msg

LÚCIA PONTES disse...

Ótimo texto Pastor Almir
Muito bom
Que Deus te abençoe sempre é te ilumine

Pastor Joaquim Vieira disse...

Boa tarde mestre! Excelente narrativa para reflexão de todas as mães neste dia dedicado a elas.

Um grande abraço.

Unknown disse...

Que Deus continue o abençoando, pastor Almir!

Unknown disse...

Obg pastor Almir!ótimos ensinamentos! DEUS o abençoe!

Adrião Neto disse...

Muito edificante a mensagem, A Deus toda glória.

Unknown disse...

Muito edificante.

Madalena Pontes disse...

Estou maravilhada pela exposição da narrativa de uma forma tão clara que nos remete ao cenário e ao mesmo tempo nos traz de volta à realidade e passo a me identificar com os conflitos que as mães vivem rotineiramente. Que o Soberano te conceda sabedoria a cada dia.

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