sábado, 4 de abril de 2020

POR QUE PESTES E PRAGAS? BUSCANDO UMA RESPOSTA NA BÍBLIA – PARTE 1


A Bíblia nos apresenta Deus como Aquele que tem o domínio de todos os seres, situações e circunstâncias. Nada, absolutamente nada, acontece sem Sua soberana permissão. Conforme é dito pelo Senhor Jesus Cristo, nem a morte de um pássaro pequeno e barato, isto é, quase sem valor diante dos homens, escapa do Seu controle. E quanto a nós, até todos os cabelos de nossas cabeças Ele os tem contado!  (Mt 10.29,30).  Nós podemos até negligenciar o nosso alimento, como os discípulos que esqueceram de levar pão para uma viagem, mas Deus não negligencia nenhum destes pequenos pássaros (Mc 8.14; Lc 12.6,7).

            Crendo nisso, temos que admitir que esta pandemia ocorre por Sua permissão soberana. Isso pode nos levar a perguntar: por que Deus permite isso?
            Não me sinto seguro para dar respostas quanto aos propósitos específicos de Deus em relação ao mal que o mundo enfrenta neste momento. Todavia, gostaria de examinar alguns textos bíblicos que apresentam situações semelhantes, verificando quais eram os propósitos de Deus para aquelas situações, e assim incentivar-nos à reflexão e ao discernimento. 
            A primeira vez que a palavra “praga” ocorre nas Escrituras é em Gênesis 12.17. Isso ocorreu quando Deus infligiu severas doenças ao Faraó e sua família porque ele havia tomado Sara, mulher de Abraão, para seu harém. O propósito de Deus nesse evento não é explícito, que até nos choca, porque o Faraó havia feito isso sem saber que Sara era esposa de Abraão. Mas, através de um evento semelhante em Gênesis 20.1-7 e do que é dito no Salmo 105, versículos 12-15, deduzimos que Deus fez isso para impedir a consumação do pecado e garantir que Seu plano de trazer um descendente através de Abraão e Sara fosse cumprido. A conclusão aqui é que Deus usa doenças para impedir pecados e garantir o cumprimento de Seu plano.
            O próximo evento que examinaremos é o que trata das pragas no Egito (Êxodo capítulos 5 a 14). O povo de Deus estava sob opressão. Moisés foi enviado para liderar a saída deles do Egito e comunicar ao Faraó que o SENHOR quer que o Seu povo deixe aquela terra para servi-Lo. Caso o Faraó se negasse a permitir a saída do povo de Deus, haveria pestes e violências. Mas o Faraó recusou-se a liberar o povo. Ele disse que não conhecia o SENHOR, não devia obediência a Ele, por isso não deixaria o povo ir (Ex 5.1-3). 
            Diante da pergunta do Faraó: Quem é o SENHOR? Deus decidiu apresentar Seu cartão de visitas e mostrar quem Ele é, tanto para o Faraó e os egípcios, como para o povo de Israel. Uma batalha para evidenciar quem estava no comando da terra foi travada. 
Deus agiu através das pragas para manifestar que ninguém há na terra semelhante a Ele. Os egípcios, apesar de servirem a vários deuses, não foram socorridos por nenhum deles. Deus mostrou que era superior aos deuses do Egito (Êxodo 9.13-16; 12.12). Deus mostrou aos incrédulos que Ele é o SENHOR (Ex 14.18).
Era crença no antigo Egito que o Faraó era deus, e que por causa dele a terra tinha ordem e não confusão. Portanto, quando Moisés chegou falando de outro Senhor, o Faraó não aceitou. Ele considerava aquela terra como sua. Era seu território. Ali mandava ele e nenhum Deus poderia lhe impor Sua vontade. Era necessária uma ação de proporção tal que evidenciasse para o Faraó e para seu povo que o Dono da terra era Deus. Através dos castigos infligidos aos oponentes, Deus mostrou que age nas forças da natureza para cumprir Seus propósitos. Ele manda sobre tudo, até sobre o coração do Faraó e a disposição dos egípcios (Ex 8.19; 11.10; 12.36).
O Faraó e alguns de seus oficiais manifestaram indiferença. Não quiseram levar a sério a Palavra de Deus, não se preocuparam em colocá-la no coração (Ex 7.23; 9.21). Na verdade, o Faraó até tentou negociar com Deus e permitir a saída do povo, mas queria que isso fosse feito de acordo com as suas condições, como se Deus fosse seu igual (Ex 8.25; 10.11,24). Mesmo vendo a ruína de todo o Egito, teimava em não ceder (Ex 10.7). Através das pragas Deus mostrou que Ele é o SENHOR sobre toda a terra, incluindo a terra do Egito (Ex 8.22; 14.17,18). 
Mas Deus queria também ensinar o Seu povo que a salvação é realizada por Ele, por Sua força e Seu poder (Ex 6.6,7; 10.2). Não poderia ficar nenhuma dúvida no coração dos israelitas de que sua vida, sua libertação e sua vitória dependeriam exclusivamente de Deus. Que se dependesse deles, todos teriam morrido escravos no Egito. 
Deus permite situações devastadoras para que os falsos deuses sejam desmascarados. Alguns de nós têm uma confiança quase idólatra na ciência e na tecnologia. Acreditamos que elas podem resolver todos os nossos problemas. Manifestamos uma convicção muito forte no progresso da humanidade. Há momentos em que até esquecemos que Deus existe ou que Ele seja necessário. 
Confiávamos que problemas medievais, como pestes, não mais se alastrariam em nosso meio. Afinal, conseguimos dominar a ciência. Cremos que somos capazes de desvendar a genética de todos os agentes eventualmente nocivos e nos defender deles. Mas, eis que, surge um vírus que nos humilha. Que nos faz ver que ainda precisamos voltar aos princípios rudimentares de uma vida saudável: lavar as mãos com água e sabão. 
Não dominamos a criação. Nossos deuses, aqueles nos quais confiamos para nos socorrer em situações como essas – ciência, medicina, governos, recursos financeiros, etc. – têm sua utilidade, mas são ineficazes para garantir aquilo que é mais básico na vida: segurança e saúde. 
Precisamos aprender que nossa vida está nas mãos de Deus. Que Ele é a nossa salvação, o nosso socorro. Precisamos nos humilhar diante d’Ele, saber que Ele é o Dono da terra e de nossas vidas.  Que Ele existe e está atuante.

7 comentários:

tavares disse...

Que bela exposição!
Obrigado!

Elma Morais - Poetisa disse...

Muito bom pastor Almir. É certo que Deus permite, e sua permissão é intencional.

Unknown disse...

Esse com certeza é o principal propósito de Deus nos lembrar que dependemos dele e que ele controla tudo. Louvemos a Ele.

Andreia Gonçalves disse...

Belo texto!
Obrigada por disponibilizar ele aqui.
Creio absolutamente na soberania do nosso Bondoso Deus.Sua soberania humilha a todos nós.Somos alcançados pela sua Graça, para cumprir seu propósito real. As situações dificeis, enviadas por Ele molda nosso caráter Nele e para Sua Glória.
Sempre desejei ler seus textos - O Peregrino.DEUS lhe abençoe!

Unknown disse...

O interessante, como o senhor comentou, é que esse vírus não pertence a uma nova categoria, mostrando que mesmo o conhecimento humano já estabelecido ainda é insuficiente mesmo sobre coisas conhecidas, diferente de Deus. Deus o abençoe grandemente, Pastor.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Quanto são disse...

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