domingo, 17 de janeiro de 2021

CERTEZAS EM MEIO AS INCERTEZAS

       
 Planejamos e contamos como se tudo na vida dependesse de nós. Mas, neste ano que findou, as incertezas saíram dos cantos escondidos da vida e se apresentaram sem máscaras. Neste momento, no texto de cada vida, as interrogações estão em destaque. Quando a pandemia vai terminar? Quando a vida vai voltar ao normal? A vacina vai funcionar? Quando ela vai chegar? E assim por diante.  
            Mas, para quem segue a Cristo, há grandes certezas no meio destas incertezas. Partindo do exemplo do apóstolo Paulo, conforme descrito em Filipenses 1.19-26, notamos algumas certezas. 

        Paulo estava em prisão domiciliar na cidade de Roma, aguardando o julgamento do imperador. Lá, ele recebeu a visita de Epafrodito, irmão amado e obreiro atuante na igreja que estava na cidade de Filipos. Além de notícias, Epafrodito trazia uma oferta daquela igreja para Paulo, o que mostrava o interesse e amor daqueles irmãos para com o missionário fundador de sua igreja.

             Em resposta, Paulo escreve esta carta, agradecendo a oferta, alertando os irmãos quanto à firmeza e unidade cristã e advertindo com respeito ao falso ensino da justificação por obras. Além disso, apresenta sua perspectiva dos acontecimentos, procurando aliviar a preocupação daqueles irmãos. Primeiro falou do passado (1.12), depois do presente (1.13-18) e então fala do futuro.

            Concluindo a parte que tratou do presente, ele afirmou que se alegrava diante de todas as tribulações pelas quais passava, e acrescentou: “sim, sempre me regozijarei”. Para ele, a alegria era uma escolha, não uma consequência que se colhia aleatoriamente no meio dos incidentes da vida. Essa é uma afirmação extremamente ousada. Como alguém pode declarar que sempre vai se alegrar? Quais certezas ele tinha para afirmar isso?

Paulo estava enfrentando uma série de aborrecimentos e perplexidades: preso por causa do evangelho, inveja e hostilidade de outros cristãos que pregavam o evangelho intentando aumentar sofrimento de Paulo, preocupações com os problemas das igrejas e a incerteza quanto ao seu futuro. Mas, em meio a tudo isso, ele tinha uma certeza, afirmada no verso 19: Sei porque que isso me resultará para salvação. Através da vossa súplica e suprimento do Espírito de Cristo Jesus. Ele estava certo que Deus faria todas as circunstâncias resultarem em sua salvação. Deus iria completar a salvação iniciada (1.6). 

O verbo traduzido como “resultar” também era usado para indicar o final de uma viagem, podendo ser traduzido como “desembarcar”. Ilustrando: o porto final da viagem da vida de Paulo era a salvação. Ele tinha certeza de que Deus estava agindo para que todas as ocorrências de sua vida desembarcassem neste destino final.

Além disso, Paulo não estava sozinho nesta viagem tempestuosa. No plano de Deus estavam incluídas as orações dos irmãos e o suporte dado pela assistência do Espírito Santo. Deus agindo em resposta às orações com a ação do Espírito Santo era o que garantia que a viagem chegaria a um final feliz. 

A vida tem sua medida diária de pressões, a maioria inesperadas. Boa parte delas causada pela maldade das pessoas. Mas, os que seguem a Cristo não são como uma cortiça boiando sobre as águas, levada ao sabor das circunstâncias. Eles contam com o auxílio do Senhor Jesus Cristo, através do Seu Espírito. 

Quando a escuridão chegar, as situações se tornarem sombrias, o desânimo e o desespero baterem à porta, aquele que segue a Cristo deve lembrar do destino final. A viagem ainda não terminou, mas o final já foi garantido; a salvação os aguarda. Deus planejou todos os acontecimentos da vida de Seus filhos para que resultem úteis aqui e desembarquem na felicidade eterna. 

Aquele que segue a Cristo deve ainda lembrar-se de que não está sozinho no meio da tempestade. Há pessoas orando por ele. Isso nos ensina a importância de pertencermos a uma comunidade local de discípulos de Jesus, a igreja local. Assim teremos pessoas orando por nós. 

 Além disso, o mesmo Deus que está no trono, controlando todas as circunstâncias, também está conosco e em nós, na pessoa do Espírito Santo, suprindo, fortalecendo e apoiando-nos em todas as situações. 

Se você segue a Cristo, na hora da incerteza, lembre do destino que lhe espera, conte com as orações dos irmão, apegue-se à presença do Espírito Santo, e então, escolha a alegria. 

    As incertezas podem tirar nosso foco, dispersar nossa atenção. Quando não estamos tão certos quanto ao futuro, podemos ficar perdidos em meio aos problemas do presente, dominados por uma ansiedade que drena nossas energias e turba nosso olhar para o futuro. Isso nos faz perder de vista nosso propósito de vida. Mas isso não ocorreu com o apóstolo Paulo. Apesar das incertezas que o rodeavam, ele se mantinha focado, pois guiava-se não pelas incertezas, mas pelas certezas que tinha (Filipenses 1.19-26).  

A próxima que ele menciona é acompanhada de uma ansiosa expectativa, conforme ele afirma no verso 20. Porém esta não era uma ansiedade desanimadora ou perturbadora, pois estava baseada numa firme esperança. 

A expressão traduzida como “ardente expectativa” expressa uma antecipação intensa, uma espera desejada e com alta confiança de que seu cumprimento era certo. É aquela expectativa da criança a quem o pai prometeu um passeio. Depois disso, a cada dia que acorda, ela pergunta com olhos brilhantes: é hoje pai, que a gente vai passear?

Pode também ser ilustrada com alguém que está no salão de desembarque de um aeroporto ou rodoviária, esticando o pescoço, estendendo a cabeça, com olhar totalmente focado e concentrado, aguardando a pessoa amada, com a certeza de que chegou naquela viagem. Era assim que Paulo olhava para seu futuro, sem arredar o pé, sem desanimar. 

Em nosso idioma, a palavra “esperança” parece incluir a ideia de uma expetativa de algo desejado, ou não, mas de realização incerta. Expressa mais um desejo do que uma certeza. Nas Escrituras, porém, não é essa a ideia. A esperança bíblica não é apenas um desejo, uma torcida, mas uma certeza firme, capaz de sustentar o ânimo daquele que a tem. O esperançoso não apenas possui a esperança, mas também é possuído por ela. 

Uma esperança que não se realiza traz decepção e vergonha para aquele que a abraça. A expectativa e esperança de Paulo eram a de que ele não ficaria decepcionado ou envergonhado, como alguém que esperava receber uma recompensa, havia falado disso para seus amigos mas, no final, a recompensa lhe foi negada e ele ficou decepcionado e envergonhado diante de todas as pessoas para quem havia divulgado. Isto pode ser tão frustrante que algumas pessoas preferem nem ter esperanças e expectativas. Outros, quando as têm, decidem não expressá-las. 

Paulo afirma que, em hipótese alguma, isso ocorreria com ele. Por isso, ousadamente, reafirmava e divulgava sua esperança. Ele não tinha medo de confessar de modo claro o que esperava. E sua expectativa e esperança eram a de que Cristo seria engrandecido, isto é, magnificado, glorificado através do seu corpo. 

Paulo não tinha certeza quanto ao que ocorreria com seu corpo. Poderia ser morto, se o Imperador Romano assim decidisse. Queimado vivo para iluminar os jardins do palácio, lançado às feras para ser trucidado, crucificado como Jesus, ou sofrer qualquer outra forma de morte praticada pelos romanos. Ou poderia ser julgado inocente e continuar vivo. Ele não sabia qual seria o destino de seu corpo mas tinha a firme certeza de que, em qualquer destas situações, Cristo seria glorificado. 

Aquele que segue a Cristo deve avaliar sua vida não pela quantidade de conforto ou sofrimento que seu corpo recebe, mas se Cristo está sendo glorificado através dele. Algumas vezes nós nos preocupamos com a forma como vamos morrer, ou como será nossa vida, depois de certos acontecimentos. Mas, por sermos de Cristo, devemos entender que nosso corpo é uma área para Cristo brilhar. Quem tem esta esperança, nunca se decepcionará. 

A terceira certeza que quero destacar é a de que Cristo sempre seria o alvo maior de sua vida. Se iria morrer ou viver, ele não sabia. Tinha, porém, a certeza de que, numa ou noutra situação, ele estaria com Cristo. 

Para Paulo o viver era Cristo. Sua verdadeira vida era definida em termos de servir a Cristo. Continuar neste mundo era uma oportunidade para permanecer frutificando na obra de Deus, promovendo a fé em Cristo. Trabalhando para o progresso na vida cristã e a alegria dos irmãos. Suas escolhas não eram determinadas por aquilo que considerava mais seguro ou confortável para si. Antes, eram motivadas por aquilo que era mais vantajoso para o evangelho e que poderia servir para auxiliar nas necessidades espirituais das pessoas. Paulo não centrava sua vida em si mesmo, mas em Cristo, Seu serviço, Sua obra e na necessidade daqueles que pertencem a Cristo. Quando disse "Para mim o viver é Cristo", ele estava dizendo, para mim a vida é servir a Cristo ajudando pessoas a progredirem na fé e terem mais alegria em Cristo. 

E se morresse, estaria com Cristo. Ele considerava isso lucro. A morte para ele não era a perda da vida, mas um ganho. Seria uma partida, isto é, uma viagem para morar com Cristo. Isso seria muito melhor.  Se a língua portuguesa nos permitisse, poderíamos traduzir assim: “e isto é muito mais melhor”

Por isso Paulo ficava indeciso, entre partir e ficar. Para ele, não haveria muita diferença pois, em ambas as estradas que seguisse, estaria com Cristo. Desse modo, ele se sentia puxado nas duas direções. Continuar vivo e servindo a Cristo ou morrer e estar com Cristo. Se colocasse na balança, a vida e a morte lhe pesariam iguais. Como naquelas bifurcações em que as duas estradas nos levarão ao mesmo lugar. Assim é para o que segue a Cristo. Tanto faz. Viver é servir a Cristo, morrer é estar com Cristo. 

Com o que vamos nos alegrar? Com as ações e reações das pessoas ao nosso redor? Com as circunstâncias? Ou com o resultado que Deus está preparando para nós? Em que vamos focar? Nas incertezas que este ano nos reserva, ou nas certezas garantidas por Deus? Salvação, engrandecimento de Cristo e uma vida centrada em Cristo são essas certezas. 

SEJA O QUE FOR QUE 2021 NOS RESERVA, PARA O QUE SEGUE A CRISTO, O FINAL SERÁ SEMPRE FELIZSENDO ASSIM, ESCOLHAMOS A ALEGRIA.

 

11 comentários:

Unknown disse...

Amém! Quanta verdade Pr.Almir! Que Deus nos fortaleça, nos encha de esperança e alegria! Para quem tem Cristo sempre chegará a um destino feliz!

Unknown disse...

Amém. Que eu possa imitar o exemplo de Paulo, que as incertezas desse mundo nunca afete a certeza da vida eterna com Cristo.
Obrigada por sempre nos lembrar dessas mensagens de esperança Pastor. Deus continue abençoando sua vida e seu ministério!

Unknown disse...

Excelente 🙏

André Souza disse...

Muito bom.

Unknown disse...

Texto maravilhoso de ler.... 🙌

Aureni Carneiro disse...

Amém,e que a alegria seja a melhor escolha.🙌🏻

IGREJA REUNIDA disse...

Glória a Deus pastor. Quanto conforto nos traz a experiência do apóstolo, concernente à verdade revelado em Cristo. Muito edificado!

Unknown disse...

Amém, mensagem confortante que vem da palavra de Deus. Obrigado Pastor Almir.

Andreia Gonçalves disse...

Mais um belo texto,Mestre Almir Tavares.Nosso Deus continue abençoando com sabedoria e graça. Eu escolho, todos os dias, a alegria de viver em
Cristo para brilhar para Ele,para o Louvor de sua Glória. Desfrutar do seu amor Real em meio as dificuldades da vida. Na Esperança fortalecida através da Oração e comunhão com Ele e com os irmãos.

Unknown disse...

Muito abençoador texto!!

Madalena Pontes disse...

Quando se tem a mesma visão do apóstolo Paulo, sendo a salvação o prêmio maior, o estar com Cristo como alvo principal tudo se torna mais simples e de valor menor comparando a glória do porvir!

RENOVANDO O ÂNIMO PARA ENFRENTAR MAIS UM ANO QUE SE INICIA – 2ª PARTE

  Há pessoas que “ desistem da vida muito antes que seu coração pare de bater — estão acabadas, esgotadas, despedaçadas, mas ainda assim aco...