sexta-feira, 10 de setembro de 2010

AH, SE FOSSE POSSÍVEL PODAR AS LÍNGUAS COMO SE PODAM ÁRVORES!


Conta-se que uma mulher criticou John Wesley (pregador inglês do século XVIII) por causa de sua gravata cumprida, ele então lhe deu uma tesoura, tanto para ela cortar a gravata dele, como a língua dela. Não sei se a história é verdadeira, mas me senti com o mesmo sentimento nestes dias nos quais as árvores do pátio da igreja estão sendo podadas. Ah, se fosse possível podar as línguas com a mesma facilidade da poda das árvores!

Sei que a crítica é necessária. Ela ajuda na nossa correção e no nosso aperfeiçoamento. Mas a boa crítica não se expressa antes de avaliar, considerar, procurar saber as razões, as alternativas, etc. Pois criticar é a habilidade de examinar e avaliar minuciosamente (Dic. Houaiss). Devemos estar dispostos a considerar a crítica em qualquer atividade que desenvolvemos, especialmente quando somos líderes. Mas, o que me alertou no episódio da poda das árvores foi a atitude ferina das línguas, que sem procurar saber as razões e mesmo quem havia autorizado, já chegavam dizendo isso e aquilo e atacando as pessoas que eles achavam que eram as responsáveis.

A igreja havia autorizado alguém para zelar pela ornamentação externa, que inclui árvores, jardins, etc. Diante do fato de que as raízes das árvores estavam prejudicando o piso das calçadas e salas, e entupindo os esgotos, esta pessoa consultou alguém que trabalha com árvores. Este aconselhou podar as árvores, pois se estas tiverem um porte menor, as raízes também não crescerão tanto. Portanto o que foi feito tinha a autoridade da igreja. Quem criticou falou sem conhecimento de causa.

A Bíblia faz várias exortações sobre o uso da língua. Uma delas está em Tiago 3.1-12, onde ilustrações são dadas para mostrar a força da língua. Um cavalo, animal de mais de 400 quilos, pode ser controlado por um pequeno freio de menos de dez centímetros. Um grande navio, açoitados por altas e fortes ondas, pode ser dirigido por um pequeno leme. Assim também a língua, que é um órgão de apenas 62 gramas, mas que pode gerar grandes coisas. Homens moveram multidão apenas com o poder de suas palavras, podemos citar casos como os de Hitler e Churchil na segunda guerra mundial.

A terceira ilustração usada por Tiago aponta para o poder destrutivo da língua. Um incêndio numa grande floresta pode começar com uma pequena fagulha, muitas vezes a ponta acesa de um cigarro jogada de modo displicente. Tiago diretamente afirma que a língua é fogo, que polui e contamina. Da mesma maneira como os incêndios que destroem árvores e aumentam a poluição em nosso mundo, a língua, este pequeno órgão, pode sujar a vida inteira de uma pessoa. Ela também pode colocar fogo na existência inteira das pessoas. Quantas vezes famílias, igrejas, e vidas foram destruídas pelas labaredas acesas por uma língua! Mas a língua que faz isso também será queimada no inferno, diz Tiago!

Continuando com sua linguagem cheia de imagens, Tiago nos diz que a língua é como fera indomável. E que ela está cheia de veneno que mata. Podemos imaginá-la como uma aranha que pica uma mosca que caiu em sua teia. E assim injeta seu veneno, e estes dissolvem o interior da mosca, e então ela bebe, deixando apenas a parte externa da mosca presa na teia.

O mesmo pode fazer a língua. Quantos mexericos destilam seu veneno com insinuações que destroem reputações, vidas, relacionamentos, etc. As aranhas procedem assim por não terem estômago. Já as pessoas que não controlam suas línguas parecem não ter alma. Tiago vai nos afirmar que as palavras que falam mal dos homens jorram de uma fonte amarga. O mesmo que Jesus já havia afirmado: nossas palavras refletem o que está em nosso coração. Se o coração é bom, as palavras são boas, se é mau as palavras são más. É por nossas palavras que seremos julgados, pois elas espelham o que somos (Mateus 12.34-37).

Em outro texto de sua carta Tiago nos diz que a religião de quem não consegue controlar sua língua é uma religião inútil, que não lhe vale de nada (Tiago 1.26).

Podar as árvores foi fácil, cuidar da língua é outra história, pois a língua é fogo, é mundo de in iniqüidade (Tiago 3.7), e o homem que não tropeça na língua controla seu corpo inteiro (Tiago 3.2).

2 comentários:

Ticianne disse...

Excelente texto, pastor. Fico muito preocupada quando vejo, especialmente no ambito da igreja, pessoas expressando de maneira acusadora seus julgamentos contra os lideres da igreja... e infelizmente tenho visto isso muito de perto.

Anônimo disse...

Bom dia, Pastor, hoje estava a procura de textos, onde pudessem me ajudar a esclarecer algumas dúvidas, principalmente sobre o falar mal dos próprios irmãos, eu tenho visto dentro da minha própria igreja, como a língua tem magoado, ferido uns aos outros, e fico triste porque muitas vezes, apenas choro, não sei como reagir qnd presencio essas coisas, o seu texto, me ajudou,espero que meus irmãos em Cristo possam perceber o quanto mal há em falar uns dos outros. Mas, graças a DEUS, nós temos servos obedientes que fazem a diferença.

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