quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O CANTOR QUE ENCANTOU



Em 2 Samuel 23.1-7 temos as últimas palavras do rei Davi. No verso 1o temos a descrição de algumas qualidades dele. Entre elas está que ele foi o mavioso salmista de Israel. A palavra “mavioso” traduz um termo hebraico que significa: “belo, bom, agradável, encantador”. E o termo “salmista” poderia muito bem ser traduzido como “cantor”, que tanto indicava alguém que canta como quem fazia as músicas. Davi é então considerado um cantor ou compositor bom, encantador, agradável. Um cantor que encantava por compor salmos belos e agradáveis. Esta é uma verdade que todos nós podemos atestar ao ler os salmos que ele escreveu. Dentre estes salmos está o 23, que é considerado como a pérola dos salmos, e por alguns autores, como o rouxinol dos salmos. Este salmo é com certeza um canto que encanta.

Escrever algo que encante exige certas qualificações. Especialmente quando este canto encanta pessoas em todo canto do mundo por quase três mil anos. Quais seriam as qualificações de Davi para escrever tão belo canto?

Davi fora um dedicado pastor de ovelhas. Nas primeiras vezes que Davi aparece na Bíblia ele é sempre descrito como alguém que está apascentando as ovelhas de seu pai em Belém (1 Sm 16.11,19; 17.14). Demonstra ser um pastor cuidadoso, pois quando enviado por seu pai aos seus irmãos que estavam no exército de Saul, antes de sair, ele levanta ainda de madrugada e deixa as ovelhas com um guarda. Era um pastor extremamente dedicado ao rebanho, pois arriscava sua vida para salvar as ovelhas. Em 17.34,35 ele descreve como agia quando suas ovelhas eram atacadas por um leão ou um urso. Ele corria atrás, golpeava, tomava a ovelha de sua boca, e matava a fera. Não seria qualquer pastor que agiria desta forma. Só aquele que de fato entendia a função de pastor, que era cuidar do rebanho, e levava a sério esta responsabilidade. A experiência de Davi, nos campos de Belém, tomando conta devotamente das poucas ovelhas de sua família, qualificou-o para escrever este belo salmo.

Mas Davi também foi pastor de gente. Começou cuidando de uma tropa do exército de Saul (1 Sm 18.13,14). É dito que ele cumpria tarefas militares perigosas com muita prudência. Fez tão bem este serviço que despertou a inveja de Saul. Teve que fugir, e se tornou o líder de um rebanho um tanto estranho, pois era formado por homens endividados, atormentados e amargurados (1 Sm 22.2). Durante um bom tempo Davi pastoreou estes homens, algumas vezes em situações bem delicadas. Sempre agiu com prudência e sabedoria. Depois foi o rei de Israel. O próprio povo quando o sagra rei reconhece que ele é o prometido de Deus para pastorear Israel (2 Sm 5.2). No salmo 78.71,72, é dito que esta posição veio de Deus. Diz também que Davi a cumpriu com um coração inteiramente dedicado e com entendimento. Em suma foi um bem sucedido pastor de gente. Ser pastor de gente qualificou Davi para escrever este formoso canto.

Davi não apenas cuidou de ovelhas e liderou pessoas com devoção e inteligência, ele também foi pastoreado por Deus. Ele experimentou o cuidado e liderança de Deus em sua vida. Ele testemunha que já no tempo que cuidava das ovelhas era Deus quem o livrava das feras que atacavam o rebanho, de que este mesmo Deus lhe livraria de Golias.(1 Sm 17.37s). Durante o tempo que Saul o colocou na liderança de atividades militares ele agiu com prudência porque Deus estava com ele (1 Sm 18.14). Foi no Senhor que ele se agarrou quando seus próprios comandados pensavam em matá-lo por estarem profundamente amargurados (1 Sm 30.6). Soube esperar o tempo de Deus para livra-lo de Saul, mesmo tendo duas oportunidades de mata-lo (1 Sm 24 e 26). Davi sempre consultava o Senhor diante do que tinha para fazer (2 Sm 5.19,23). Era o Senhor que dava as vitórias de Davi (2 Sm 8.14), o próprio Davi reconhece que seu sucesso vinha de Deus ( 2 Sm 5.12). Por ter experimentado o pastoreio de Deus ele estava qualificado para escrever este canto que ainda nos encanta.

Um comentário:

Cleyton Maciel disse...

Meditar na vida de Davi, um dos nomes próprios mais registrados nas Escrituras, gera devoção, admiração e desafio. Graças a Deus por mais esta meditação.

Abraços pastor.

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