Fazer uma prova, passar por um exame, ou realizar um teste, provocam várias reações. Estas vão da excitação ao trauma, passando pelo desconforto, constrangimento, insegurança, medo, tremor, suador, desespero, e assim por diante. Mas, não há como viver, e não ser testado. Começamos a vida fazendo o teste do pezinho, e não paramos mais. São provas nas escolas, exames médicos, testes de nervos, etc.
Há os testes que os outros nos impõem e aqueles que nós mesmos escolhemos realizar para provarmos nossas qualidades. Há, também, o auto-exame, a análise que fazemos de nós mesmos visando avaliar como estamos em determinada área da vida. Verificamos nossos sentimentos, propósitos, motivações, saúde, e outros aspectos. Este é o exame mais constante. Acredito que o realizamos todos os dias, em menor ou maior grau.
Certas mudanças em nossas vidas são resultados de auto-exames. Observamos, refletimos, analisamos certos aspectos de nossa vida, concluímos que não estão bem, e decidimos mudar. Nem sempre acertamos, mas esta auto-análise é necessária para se viver de modo pensado. Quando isso não ocorre, simplesmente somos levados, sem saber para onde, nem por quem, nem por que e nem para quê.
A falta de auto-exame pode trazer conseqüências perigosas. Quando a pessoa não observa seu corpo, pode não se dar conta de problemas de saúde, que se detectados a tempo, teriam cura. Quando não analisa sua condição financeira, pode assumir compromissos que a deixarão numa situação complicada. Quando não examina seu comportamento, poderá tomar atitudes que afetem sua vida de modo drástico e até irreversível.
Mas há um auto-exame que é crucial não apenas para esta vida, mas, também, para a eternidade. É a análise da nossa condição espiritual. Várias vezes a Bíblia nos exorta a fazê-lo.
Em Gálatas 6.3,4 diz: Porque, se alguém julga ser alguma coisa, não sendo nada, a si mesmo se engana. Mas prove cada um o seu labor e, então, terá motivo de gloriar-se unicamente em si e não em outro. Neste texto somos exortados a examinar ou testar o nosso trabalho, para não nos enganarmos. Quando o padrão de nossa auto-avaliação se baseia na maneira como os outros vivem, corremos o risco de ter um conceito próprio elevado e irreal. Isto é auto-engano. Como um aluno que se dá por satisfeito por ter conseguido uma nota sete, já que os outros alunos da classe tiveram uma nota menor. O critério de avaliação não deve ser a vida das outras pessoas, mas nossa própria vida comparada com a vontade de Deus.
Já em 1ª Coríntios 11.28 diz: Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma do pão e beba do cálice. 7-31 Olhando o contexto (versos 27-31) notamos a exortação ao auto-exame para participar da ceia do Senhor. Quando fazemos nossa auto-análise, não corremos o riso de participar da da ceia sem estar em condições dignas. Evitamos uma participação ritualista e leviana, que não consegue discernir o significado e propósito da ceia. Evitamos o julgamento do Senhor, que pode chegar com doença e morte.
Em 2ª Coríntios 13.5 é dito: Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé, provai-vos a vós mesmos. Ou não reconheceis que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados. O apóstolo Paulo, após se defender das acusações e questionamentos feitos ao seu ministério, quando a igreja de Corinto testava o seu apostolado, diz que os irmãos é que deveriam testar se eles mesmos estavam na fé. Se, de fato, Jesus Cristo estava neles. Se Jesus não estivesse neles, então, não teriam passado no teste, estavam reprovados, desqualificados.
O exame da fé é essencial. A possibilidade do auto-engano existe e é grande. A igreja de Sardes tinha fama de viva, mas era morta (Ap 3.1). A igreja de Laodicéia se achava rica, abastada e não necessitada, mas era infeliz, miserável, pobre, cega, e nua (Ap 3.17). Jesus estava do lado de fora desta igreja (Ap 3.20).
Uma das formas de nos enganarmos é apontando os erros de outros, ou mesmo os difamando, como ocorria na igreja de Corinto. Condenar os outros é uma tática para esconder nosso pecado, ou mesmo diminuí-lo e desculpá-lo.
Devemos nos avaliar, não pela opinião dos outros, não pela fama já conquistada, não pelos valores do mundo, e sim pela Palavra de Deus. Procurar os sinais da presença de Jesus em nossas vidas. Verificar se nossa sabedoria apresenta os sinais de ser divina e não mundana (Tg 3.13-18). Analisar se temos o testemunho do Espírito Santo em nossa vida (Rm 8.9,16). Observar se amamos os irmãos (1 Jo 3.14). Examinar se praticamos a justiça (1 Jo 3.7). Testar se nosso ensino é o correto (1 Jo 4.1-3).
Se o resultado do auto-exame não for a aprovação, devemos fazer as mudanças necessárias, clamando a ajuda e a misericórdia divinas. Antes do exame final, vamos nos auto-examinar.
2 comentários:
Excelente texto! Ontem mesmo estava a fazer isso: auto-análise. Infelizmente há sempre tanta coisa pra mudar...
Maravilhoso e oportuno esse texto.
Estamos fazendo uma apresentação em (pps) do mesmo.
Deus continue te abençoando e te enchendo do Seu Espirito Santo.
Abraços.
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