Na época em que
o templo de Deus estava construído em Jerusalém, os adoradores sinceros viajam
até lá para cultuar. Algumas vezes isso era perigoso, mas mesmo assim, o trajeto
era feito com cânticos. Os salmos 120-134 são chamados “de romagem” ou “dos
degraus”, por ser uma coletânea de hinos que aqueles adoradores peregrinos
entoavam enquanto subiam para a cidade.
Após cantarem sua oração de angústia
e sua confissão de segurança (Salmos 120, 121), eles entoavam um hino de alegria
pela oportunidade da adoração (122). O fiel exultava por ter sido convidado ao
templo, e por estar em Jerusalém adorando (versos 1,2), e proclamava a
oportunidade de comunhão com os irmãos das outras tribos (versos 3,4).
No verso 5 ele fala da razão da ida
à Jerusalém “Porque
lá habitam tronos de justiça, tronos da casa de Davi.”A ida
ao culto era uma oportunidade para aprender e praticar a justiça.
Deus havia escolhido Jerusalém como
capital de Seu reino terrestre naquela dispensação, e Davi e seus descendentes
como os administradores deste reino. Neste governo a justiça deveria prevalecer
(2ª Samuel 8.15; Jeremias 21.12). A cidade era a representação da autoridade de
Deus sobre Seu povo em todas as áreas. Lá as disputas judiciais eram resolvidas.
O padrão para esta decisão não era a vontade do rei, mas a Lei de Deus. Deus
havia ordenado que o rei de Seu povo deveria conhecer a Sua Palavra e
administrar o reino conforme estes princípios (Deuteronômio 17.18-20).
A prática desta justiça era para se tornar um costume diário
abrangendo todos os aspectos da vida. Por isso, a ida ao culto era também um
momento de aprendizado (Deut 14.23). Ir à Jerusalém adorar e comungar tinha
como alvo o aprendizado do temor do Senhor, que deveria ser praticado em todos os momentos
da vida.
Em
certas ocasiões a lei de Deus seria lida pelos sacerdotes e levitas para que
todas as pessoas (incluindo as crianças) aprendessem e obedecessem a Deus todos
os dias. (Deut. 31.9-13). Foi isso que
aconteceu na época do rei Josias (2ª Reis 23.1-3), e na época de Esdras (Neemias
8.1-12). E nestas duas ocasiões um reavivamento foi produzido. No culto
coletivo o povo era lembrado de seu dever de cultuar a Deus pela obediência aos
seus mandamentos, quando voltassem para casa.
Em nossos dias não há um templo igual ao de Jerusalém,
mas há um templo formado por pessoas, que é a Igreja de Jesus Cristo (1ª Pedro
2.5-10). Neste templo de gente cultuamos ao nosso Deus e aprendemos a Sua
Palavra.
A
leitura e ensino da Palavra devem ser praticados no culto. Timóteo é exortado a ler, exortar e ensinar a Palavra de Deus. Era
a exposição da Palavra que alimentaria o povo com os ensinos de Deus ((1 Tim
4.6,11,13). O apóstolo Paulo exortou que suas
cartas fossem lidas nas igrejas (Colossenses 4.16). Quando escreveu a primeira
carta aos tessalonicenses ele exigiu em juramento que a carta fosse lida a
todos (1 Tessal 5.27). Ele
mesmo ensinava nas igrejas (1ª Cor 4.17) e ordenou que o ensino mútuo fosse
praticado (Colossenses 3.16).
A igreja também deve ser um local de administração da
justiça (1 Cor 5.1-5; 6.1-11; Mateus 18.15-17). As reuniões para disciplinar e
corrigir irmãos da igreja, e mesmo decidir sobre os problemas entre eles, devem
ser momentos de adoração, e também de instrução (1ª Tm 5.20).
Nossos cultos devem ser momentos de ensino e
aprendizado. Neles devemos ser alimentados para a prática diária da Palavra de
Deus. Mas, muitas vezes nossa prática é de
não nos importamos com a Palavra.
Um comentário:
É como bem diz o hino do Cantor Cristão: " Tenho gozo e alegria celeste, quando vou adorar ao Senhor. Com os crentes em Cristo na igreja, quando juntos rendemos louvor...Temos que resgatar o amor pelo estudo e aprendizado da Palavara de Deus.
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