É incrível como tarefas simples, mas importantes, são
negligenciadas. Certos deveres não são complicados, têm muita importância para
a vida, e mesmo assim são descuidados. Exemplos: escovar os dentes, lavar as
mãos, exercitar-se fisicamente, etc. A mesma atitude é vista na vida com
Deus. Certos compromissos espirituais
não são difíceis, são até muito simples de serem executados. Têm extrema
importância para a manutenção e desenvolvimento de nossa vida espiritual. Mas
são absurdamente negligenciados. Um exemplo: a oração.
A
oração está longe de ser uma tarefa complicada. Para orar não é preciso
conhecimento bíblico avançado, nem recursos financeiros, e nem talentos
especiais. Qualquer um pode orar: criança, jovem, adulto ou idoso. Pobre ou
rico. Culto ou iletrado. Não é necessário um tempo e nem um lugar especial para
se praticar a oração. Qualquer hora e em qualquer lugar podemos orar. Mas, quão
pouco oramos!
Embora
simples, a oração é de importância incalculável. Ainda que se faça uma leitura
superficial das Escrituras, ela nos revela os efeitos que a oração pode
produzir em nossas vidas. Apenas para reforçar esta verdade podemos citar: “Muito
pode em seus efeitos a súplica do justo” (Tg 5.16b); “e
tudo quanto pedirdes em oração, crendo, recebereis” (Mt 21.22); “Por
isso, vos digo: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e
abrir-se-vos-á.” (Lc 11.9). Mesmo assim, oramos muito pouco!
Há
momentos que podem relembrar e incentivar a prática da oração. Um deles é o
culto coletivo. O peregrino que ia
adorar em Jerusalém sabia da importância da oração e que o culto era uma
oportunidade para motivá-la. No salmo 122, após testemunhar sua alegria em
adorar com comunhão e aprendizado, ele faz um pedido: “Orai pela paz de Jerusalém”,
e ele mesmo faz a oração “eu peço: haja paz em ti” (Sal 122.6,8).
A
motivação da sua oração era o amor. Amor por Jerusalém. Lá estava a casa do
Senhor, onde o povo de Deus se reunia em comunhão e adoração; ali estava o
trono do rei ungido que tinha como dever garantir um governo justo; e lá se
podia aprender as instruções de Deus. Para manter o louvor, aprendizado e
comunhão havia a necessidade da paz e do sucesso de Jerusalém.
Mas também amor por seus irmãos e
amigos. Ele queria o bem estar deles, e isto dependia da tranquilidade e
segurança de Jerusalém. Estes dois amores estavam relacionados. Da paz de
Jerusalém dependia a paz dos que cultuavam em Jerusalém.
A
forma da oração era entusiástica. Isto se manifesta quando ele fala de buscar o
bem de Jerusalém. A palavra “buscar” significa procurar alguma coisa com
entusiasmo e esforço. O que deixa claro como ele valorizava aquela cidade e a
adoração a Deus. Pois só se ora com
entusiasmo por aquilo que se valoriza. Também revela que acreditava na oração
como uma forma de fazer algo pelo bem de alguém. Para ele, orar era buscar o
bem daquele pelo qual se orava. Nossa
falta de oração não seriam sinais de nossa falta de amar e de valorizar o que
Deus valoriza? Ou ainda sinal de nossa falta de crença na eficácia da oração?
A
exortação do salmo é válida para nós, pois Deus tem um plano para a Jerusalém
terrestre (Lc 21.24). Ela não reconheceu sua oportunidade de paz (Lc 19.41-44).
Mas, um dia a adoração a Deus será restaurada nela (Is 2.2-5; Ez 40-44).
Enquanto
oramos pela restauração da Jerusalém terrestre e aguardamos a chegada da
Jerusalém celestial (Ap 21.10,11) devemos orar também por nossas igrejas. Somos
exortados a isso com ordens diretas das Escrituras: “Orais uns pelos outros”
(Tiago 5.16, ver ainda Efésios 6.18-20); e também com exemplos de pessoas que
oravam e pediam orações (Rom 1.9,10; 15.30; 2 Co 1.11; Ef 1.6; Col 1.9).
A
Bíblia também nos exorta à prática da oração nos cultos: Mt 18.19,20 “Em verdade também vos digo que,
se dois dentre vós, sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer coisa
que, porventura, pedirem, ser-lhes-á concedida por meu Pai, que está nos céus.
Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio
deles.”
Uma das razões da oração deve
ser paz e tranquilidade para o avanço do evangelho. 1 Tim 2.1,2 “Antes
de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões,
ações de graças, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os
que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranquila e mansa,
com toda piedade e respeito.” 2 Tes 3.1,2 “Finalmente,
irmãos, orai por nós, para que a palavra do Senhor se propague e seja
glorificada, como também está acontecendo entre vós; e para que sejamos livres
dos homens perversos e maus; porque a fé não é de todos.”
Eugene Peterson disse que Uma das aflições do trabalho pastoral é a de
ouvir sem fazer careta todas as desculpas que as pessoas dão como motivo de não
irem à igreja. Para aqueles que tiraram seu foco de Deus há muitos motivos
para não adorar na igreja (causados pelos nossos pecados e dos outros). Se você
tem estes motivos vá adorar por causa de Deus, com alegria pelo que Ele já fez,
faz e vai fazer por você. E também para pedir que Ele aperfeiçoe sua vida e a
de seus irmãos. Vamos banhar nossa
adoração com oração. Vamos usar nossos cultos públicos para buscarmos nosso
Deus em oração e pedir que Ele abençoe Sua Igreja.
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