domingo, 4 de setembro de 2016

NA RODA DA DIVINA MISERICÓRDIA


            Em séculos passados, diante de uma gravidez indesejada, as mulheres abandonavam seus filhos recém-nascidos nos rios ou florestas. Não é necessário dizer que a maioria morria. Para evitar esse crime cruel, foi instituído a Roda da Misericórdia, também conhecido como Roda dos Rejeitados. Era um cilindro, de madeira ou metal, colocado nos Conventos e Casas de Misericórdia a fim de receber as crianças enjeitadas. O bebê era colocado na parte de fora do equipamento, depois girado para dentro do convento,  onde era acolhido e criado. Em alguns cilindros, havia uma sineta para avisar que uma criança estava ali.
            Outro nome dado a este equipamento era Roda dos Expostos, porque ali eram recebidos os expostos à rejeição e ao abandono. Hoje há orfanatos e lares de acolhimento que recebem crianças que não têm quem cuide delas, aliviando um pouco o sofrimento e a dor causados pela rejeição e pelo abandono.
            Todos nós, apesar de não abandonados no nascimento, podemos nos sentir expostos à situações de esquecimento e abandono. O desprezo das pessoas amadas, a indiferença daqueles em quem depositamos nossas esperanças, o abandono por parte daqueles que têm o dever de nos auxiliar, ou ainda a perseguição e oposição de inimigos poderosos são algumas das circunstâncias que podem causar as dolorosas sensações da rejeição.
            Mas nós podemos contar com uma imensa roda de misericórdia para nos acolher e nos colocar numa casa de misericórdia infinita, que é a pessoa de Deus.
            O profeta Jeremias, após anunciar o juízo e a salvação de Deus para um povo que teimava em se afastar e desobedecer, canta o seguinte louvor: 
Ó SENHOR, força minha, e fortaleza minha, e refúgio meu no dia da angústia, Jeremias 16.19
            Jeremias enfatiza o poder e proteção que Deus é, especialmente nos momentos de dificuldades, usando três termos que poderiam ser aplicados a um lugar que servia de refúgio e acolhimento diante do perigo.  Ele diz que Deus é a Sua força, palavra que indicava o poder que habilitava alguém para enfrentar situações complicadas, e que também qualificava um lugar que servia de proteção na iminência de um ataque (Juízes 5.21; 9.51).
            Depois fala de Deus como sendo sua fortaleza, isto é, um local de segurança e defesa quando a guerra chegava.  E por último, ele canta que Deus é o Seu refúgio, lugar para onde alguém poderia correr e ser abrigado quando se deparava com as ameaças da vida.
            Note que ele personaliza essa proteção: Deus é minha força, minha fortaleza, meu refúgio. Não apenas um local impessoal de proteção, mas o seu local de abrigo. Deus é Aquele para o qual podemos correr em nossas angústias. Quando estiver em situações de extremo desconforto e tristeza, lembre-se disso: Ele te acolhe e te protege.
            O profeta Naum também proclamou que Deus é um lugar de acolhimento seguro.
O SENHOR é bom, é fortaleza no dia da angústia e conhece os que nele se refugiam.
Naum 1.7
            No meio de uma profecia que anuncia o juízo sobre a cidade de Nínive, ele anuncia um alento, lembrando a bondade de Deus, que acolhe e protege aqueles que O buscam para encontrar segurança. 
            Algumas pessoas podem buscar abrigo em lugares e pessoas que não são suficientemente capazes para proteger e talvez nem tenham a boa vontade para prestar alguma ajuda diante da dificuldade. Mas, há um Deus, que é poderoso e bom, e acolhe aqueles que correm para Ele na hora do desespero.
            Não há motivo para desespero ou desesperança, pois, mesmo quando abandonados e rejeitados pelas pessoas daqui, podemos entrar na roda dos rejeitados e sermos girados para dentro da Casa de Misericórdia que é o nosso Deus e para sempre estaremos protegidos e amados. Tudo isso através do nosso Senhor Jesus Cristo, nossa Roda de Misericórdia.
Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus, conservemos firmes a nossa confissão... 

Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna.
 (Hebreus 4.14-16).



 


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