A queda do avião que levava o time do Chapecoense chocou nosso país na manhã da terça-feira, dia 29 de novembro. Apesar de acidentes ocorrem todos os dias, este causou uma comoção maior porque ocorreu com pessoas que se tornaram nossas conhecidas através dos meios de comunicação e que lidavam com o futebol, que é considerado paixão nacional.
O time tinha a possibilidade de conquistar seu primeiro título internacional. Três dias antes havia jogado contra o clube que conquistou o campeonato brasileiro deste ano e seu técnico manifestou a esperança de que o Chapecoense tivesse a mesma vibração daquele time. Os jogadores partiram animados e alegres, cheios de planos e esperanças. Mas os planos, sonhos e vidas chocaram-se contra uma montanha e se despedaçaram no meio de uma mata colombiana.
Diante do que li, a tragédia poderia ter sido evitada SE a companhia área tivesse decidido por outro plano de vôo, SE a fila das aeronaves para aterrissar fosse menor, SE não houvesse outro avião em situação de emergência e que obteve prioridade na aterrissagem, SE fosse outra companhia, SE as condições climáticas fossem outras e assim por diante. Estes “SEs” só demonstram quanto nossa vida é vulnerável e está sujeita à tantas variáveis, muitas delas desconhecidas de nós.
Todos nós corremos riscos diariamente. Dependemos do planejamento, ambição, pressa, incompetência, cuidados e descuidos nossos e de muitas pessoas, e ainda da falha de equipamentos, condições climáticas e outros fatores. Nossa vida é frágil e breve. Esta verdade é afirmada na Bíblia com várias figuras de linguagem.
Uma das metáforas é a da fumaça como aparece em Tiago 4.13-15, que a versão Atualizada traduz como neblina. Naquele texto o autor nos adverte para não vivermos como se fossemos donos da nossa própria vida, fazendo planos cheios de auto confiança, como se tudo dependesse apenas de nós. É como se ele dissesse: prestem atenção vocês que dizem hoje e amanhã iremos para tal cidade, ficaremos lá um ano, negociaremos e lucraremos. Falar assim demonstra que nos achamos no controle de nossa vida, do tempo (hoje, amanhã, um ano), do espaço (tal cidade), das atividades (negociaremos) e dos resultados (lucraremos). A verdade é que não sabemos o que nos vai acontecer amanhã. A nossa vida é como fumaça, que aparece por pouco tempo e logo desaparece.
Esta verdade já havia sido afirmada por outros, no Antigo Testamento, usando também a metáfora da sombra, que ilustra algo frágil e breve, bastando a direção da luz mudar para ela desaparecer. Outra figura é a da flor, que apesar de bela, tem duração brevíssima.
Debaixo de sua intensa tribulação Jó afirmou “O homem, nascido de mulher, vive breve tempo, cheio de inquietação, nasce como a flor e murcha, foge como a sombra e não permanece” (Jó 14.1,2). Davi, no Salmo 39.5 e 6, diz que nossa vida tem o comprimento de palmos e que todo homem, por mais firme que esteja, é como sopro ou vapor, passamos como uma sombra, toda nossa inquietação é inútil, pois o que entesouramos aqui ficará. E no Salmo 144.4 repetiu que “todo homem é como um sopro, os seus dias são como a sombra que passa”. Moisés, meditando sobre a vida no Salmo 90.9 e10 disse que nossos anos são como um pensamento, algo que passa pela nossa mente e vai embora. Que mesmo vivendo setenta ou oitenta anos, tudo passa tão rapidamente que a sensação é a de que voamos.
Podemos trazer à nossa mente a imagem de um menino que sopra a vela de um bolo de aniversário. A luz da vela seria a nossa vida. Em um momento está acesa, tremulando, brilhando nos olhos do menino. Após cantados os parabéns, ela com um sopro se apaga e logo é esquecida, e a festa continua sem nós.
Se a vida é assim, apenas um sopro, o que fazer?
Tiago nos adverte para reconhecermos Deus em nossas vidas, lembrar de que dependemos da vontade dele “Se o Senhor quiser, não só viveremos como faremos isso ou aquilo”. Sim, nossa vida depende da vontade de Deus. Daniel disse a mesma coisa para o rei Belsazar, “mas a Deus, em cuja mão está a tua vida e todos os teus caminhos, a ele não glorificaste” (Daniel 5.23). Todas as nossas ações dependem da permissão de Deus.
No Salmo 90 somos ensinados a fazer o nosso refúgio no Deus Eterno, suplicando que Ele nos ensine a viver com sabedoria e reconhecimento dos nossos limites. Devemos clamar que Ele confirme as nossas obras e que sua graça seja a nossa satisfação a cada dia. Só assim, nossos breves dias serão revestidos de significado, independente de qual seja o nosso fim (Salmo 90.12-17).
Como nossa vida é tão breve, apeguemo-nos com Aquele que é Eterno, pois somente nele nossa vida fica eterna e com substância.
“Efêmera é a vela,
a brisa, a vida e a luz
de quem brilha sem Jesus” (Silvestre Kuhlmann, Efêmera)
7 comentários:
a vida nos revela coisas inesperadas. inclusive a morte.
Obrigado pr. pela reflexão abraço meu amigo.
Obrigada pastor. Muito boa a reflexão!
Obrigada pastor. Muito boa a reflexão!
Ótima reflexão pastor. Somos dependentes das vontades de DEUS sobre nossa vida. Ele tem vida eterna para nós!
Ensina-nos Senhor, a contar os nossos dia para que alcancemos corações sábios.
Amém. Que vivamos na dependência daquele que tem nosso futuro em suas eternas mãos.
Deus te abençoe, Pastor.
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