sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

NÃO TENHA MEDO: DEUS É NOSSO RESGATADOR

        Já se sentiu desprestigiado, desvalorizado, depreciado? Você mesmo já se considerou alguém sem valor, um derrotado, sentindo-se um verme, um zé ninguém? Já percebeu a tendência do mundo de considerar o povo de Deus como um zé-povinho, sem muito valor, sem muito a contribuir? 

      Situações e circunstâncias da vida podem nos causar tais sensações. A própria falta de consideração de pessoas a quem estimamos e por quem temos admiração, pode fazer com que nos sintamos um lixo. O povo de Judá, durante o exílio, sentiu-se assim. Estavam dominados pelo poderoso Império Babilônico, desterrados, seu templo destruído e seu rei aprisionado, embora soubessem que essa situação era resultado do seu próprio pecado. Porém Deus dirigiu-lhes uma palavra de conforto, dizendo: não temas, não tenha medo, Eu estou com vocês (Isaías 41.14-16). 

        No verso 14 o povo é chamado de “vermezinho” e “povinho”. O termo verme aplicava-se a uma larva que devorava matéria em decomposição. Alojava-se em plantas, frutos e alimentos, fazendo-os apodrecer, destruindo-os (Ex 16.20; Dt 28.39; Jn 4.7). Era também usado para referir o estado de morte do ser humano (Is 14.11; 66.24), ou, como metáfora, para indicar insignificância, fragilidade, humilhação e desamparo (Sl 22.6,7; Jó 25.6). É neste sentido que é usado em Isaías 41.14. Um povo considerado pequeno, frágil e sem significância. 

        Quando confrontado com os grandes impérios da época, como a Babilônia, com sua extensão territorial, seu poderio militar, suas majestosas construções, suas conquistas, o povo de Judá poderia se achar bem pequeno e insignificante. Sem condições de mudar o curso de sua deprimente história, naquele momento. Quando olhamos para nós mesmos com honestidade, e depois para a realidade que nos cerca, a conclusão a que chegamos é que somos apenas um peão no jogo das forças políticas, econômicas, militares, naturais... 

        Há momentos em que, independente da nossa vontade, a vida dá uma guinada e nos leva para situações que jamais imaginamos. Tal qual uma pessoa que, caminhando na calçada, é, repentinamente, arrastada por uma carreta, sem poder para livrar-se ou se defender. Ou como um pequeno barco que, surpreendido por uma grande tempestade, é levado para longe do destino a que pretendia chegar. Como reagir frente a desastres naturais, ou a escolhas de outros que afetam profundamente nossas vidas, se nos reconhecemos impotentes para modificar o curso dos acontecimentos adversos? 

    É isso que experimentamos nesse tempo de pandemia. Praticamente da noite para o dia, nossas vidas mudaram. Muitos tiveram que fechar seus negócios, perderam seus empregos, ficaram sem seus entes queridos. Estudos foram interrompidos e ou atrasados, projetos foram abandonados ou adiados. São fatos que nos fizeram perceber que não temos controle nenhum sobre nosso próprio destino. Nesse mesmo período um jovem casal, com apenas um mês de casados, cheios de sonhos, voltando para casa numa noite de sábado, teve sua moto atropelada por um motorista que avançou a preferencial e os deixou gravemente feridos. Em questão de segundos, a vida deles mudou drasticamente. 

        Fatos assim devem convencer-nos de que somos pequenos demais diante de tudo isso. Não há como prever nem como controlar nossos destinos. Essa realidade pode provocar o medo em nossos corações. Mas o povo de Deus não precisa ter medo em momentos assim. Deus avisa que é o seu resgatador. O termo resgatador designava o parente que tinha a obrigação de libertar alguém da família da escravidão, resgatar a terra perdida, socorrer o parente na pobreza, suscitar descendência ao parente para livrar a família do esquecimento ou mesmo o dever de ser o vingador do sangue do parente assassinado. Em resumo, seu dever era defender o oprimido e atacar o opressor (Lv 25.25; Nm 35.21-27; Dt 19.6; Js 20.5; Rt 4.1-8). 

        Porém, nem sempre o redentor podia ou queria exercer essa responsabilidade (Rt 4.6). No livro de Isaías, o título vai aparecer várias vezes associado a outras expressões que destacam a grandeza e poder de Deus, tais como: Santo de Israel, Poderoso de Jacó, SENHOR dos Exércitos, Rei de Israel, Primeiro e o último, Deus de toda a terra, nosso Pai. Essas expressões enfatizam a certeza de que Deus tem todas as condições de cumprir a missão de redentor, resgatador, e que Ele tem todo desejo de realizar isso. Ele não apenas é poderoso, mas também compassivo para cumprir a função. O povo de Deus tem um Resgatador Poderoso e cheio de boa vontade. 

    Por isso não há razão para temer. Quando sentir-se depreciado, desvalorizado, um "zé-quase-nada", achando-se frágil e pequeno demais para suportar e enfrentar os reveses da vida. Lembre-se de Deus, que declara com autoridade: Não tenha medo, Eu te ajudo. Eu vou livrar você, vou socorrer você, não tenha medo.

4 comentários:

Unknown disse...

Amém 🙏.graças a Deus q temos essa certeza

Unknown disse...

Aleluia, glória a Deus,o Poderoso de Jacó, Aquele que está conosco todos os dias e nos levanta do monturo. Que nos faz andar em lugares altos. Deus seja louvado em sua vida pr Almir!!!

Unknown disse...

Amém
Deus é bom

Anônimo disse...

Que bênção ler essas palavras nesse momento de angústia em que me encontro, sentindo-me exatamente assim, desvalorizado, esmagado e com medo! Deus o recompense, pastor!

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