Qual a sua maior necessidade? Uma das maneiras de descobrir e se imaginar na fábula da lâmpada do gênio. Você encontra uma lâmpada, toca nela, e de dentro dela sai um gênio disposto a atender um desejo seu. Se isto fosse possível, e acontecesse com você, qual seria o seu pedido? Outra maneira é se imaginar diante de Deus, tendo a permissão de fazer um único pedido. O que você pediria? Pense nisto com atenção por alguns momentos.
Com certeza iríamos pedir aquilo que julgássemos ser nossa maior necessidade. Isto mostraria nossa escala de valores, o que nós mais valorizamos, o que nós colocamos no topo da lista de nossos desejos e carências. Nosso pedido trataria de algo para nossa vida nesta terra: posse de algum bem, cura de alguma doença, solução de algum conflito relacional, alcançar algum estado ou posição na vida, etc. Em resumo: alívio de algum sofrimento ou realização de um sonho.
Mas nossa maior necessidade não é alívio de nenhum sofrimento que passamos nesta vida, nem a realização de algum sonho enquanto vivemos neste mundo. Nossa maior necessidade está relacionada com a eternidade. O que mais precisamos é o perdão dos nossos pecados para que assim possamos ter a salvação eterna com Deus.
Isto foi demonstrado num episódio contado nos evangelhos (Mt 9.1-8; Mc 2.1-12; Lc 5.17-26). Havia em Cafarnaum um paralítico, incapacitado de qualquer movimento. Qualquer pessoa que olhasse para aquele homem julgaria que sua maior necessidade seria a de andar, movimentar-se, ter o controle de seus músculos. Acredito que tanto ele como seus amigos pensavam assim, e por isso o conduziram até Jesus, para que fosse curado.
Quando Jesus olha para aqueles homens logo vê que eles têm fé. E diz para o paralítico: Tem bom ânimo filho, os teus pecados têm sido perdoados (Mt 9.2). Para quem está deitado em uma maca sem poder mover-se, ouvir esta frase parece até irônico. Jesus diz para ele ter coragem, ficar animado, deixar o medo de lado, pois os seus pecados estão perdoados. “Como ter bom ânimo se ainda estou paralítico?” Pode ter pensado aquele homem. Como aquele homem poderia ter coragem para enfrentar a vida se continuava paralítico?
É lógico que Jesus percebeu que aquele homem era paralítico, que tinha uma necessidade bem aparente: a de ser curado. Mas Jesus percebeu também a maior necessidade daquele homem, e esta não estava tão aparente aos olhos humanos. A necessidade do perdão dos pecados.
A maior causa de nossos medos e desânimos não é nossas necessidades físicas, nem nosso sofrimento causado por doenças, perseguição, falta de recursos, etc. A maior causa para nossa falta de coragem em enfrentar a vida é o nosso pecado. O pecado nos paralisa e consome nosso ânimo (Sl 32.3,4). Ele impede nossa plena realização na vida. Para ter ânimo e coragem para enfrentar a vida precisamos do perdão de Deus para nossos pecados.
Todos nós temos pecados (Rm 3.10-12,23). Aquele homem, que era um paralítico, completamente incapacitado de mover seus músculos, tinha pecados. É provável que nunca tenha matado ou roubado alguém, que não tenha cometido algum adultério, etc. Afinal nem podia se mover por si mesmo. Talvez ele fosse visto por alguns como um pobre coitado, inocente, já que sofria tanto com aquela situação. Mas ele tinha pecados, e o perdão de Deus era sua maior necessidade. Todos nós também somos pecadores, não importando a nossa situação, e nossa maior necessidade é o perdão de Deus.
Podemos ter o perdão de todos os nossos pecados quando nós aproximamos com fé do Senhor Jesus Cristo. Aquele homem buscou Jesus com fé, e recebeu o perdão dos pecados. Deve ter ficado surpreso com as palavras que Jesus lhe dirigiu, mas deve também ter se sentido aliviado de um grande fardo. A paz inundou a sua alma, todo o medo de Deus se foi, sabia que nenhuma condenação pesava sobre ele. Nós também podemos experimentar este mesmo perdão (1 Jo 1.9).
Deus pode usar nossos problemas e sofrimentos, para nos conduzir a Jesus, e assim termos perdão de pecados. A paralisia foi uma grande bênção para aquele homem. Pois se ele não fosse paralítico é provável que nunca teria buscado Jesus. Estaria levando sua vida como todos os outros homens, mas aquele sofrimento o levou até Jesus, e assim ele ganhou a salvação. As dificuldades em nossa vida têm como propósito nos levar a Jesus, e obter sua graça para desfrutarmos a eternidade com Ele.
As pessoas duvidam que Jesus possa perdoar pecados. Naquela casa muitos religiosos duvidaram do poder de Jesus em perdoar pecados. Ainda hoje, muitas pessoas também duvidam que possam ter seus pecados perdoados. Levadas por conceitos religiosos errados elas não podem crer que Jesus possa perdoas todos os seus pecados. E assim não desfrutam deste grande alívio na vida.
As curas e milagres realizados por Jesus teve como maior finalidade, não o bem estar ou alívio do receptor, mas a demonstração de Sua autoridade e missão neste mundo. Jesus curou e realizou milagres para demonstrar que Ele era o enviado autorizado por Deus para tratar com o problema do pecado do homem. Ele era o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). Hoje Ele ministra o mesmo perdão através da pregação de Sua Palavra. Ele ordenou que seus seguidores pregassem este perdão em todo o mundo (Lc 24.47). A através Dele, qualquer pessoa que com arrependimento crê nesta mensagem tem o perdão dos pecados (Ef 1.7).
Este é nossa maior necessidade: o perdão dos nossos pecados.
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Um comentário:
Acho que Agostinho tem razão:
"Vós o incitais a que se deleite nos vossos louvores, porque nos criastes para Vós e o nosso coração vive inquieto, enquanto não repousa em Vós" (Confissões).
Muito obrigado pelo texto, pastor. O sr. é um exemplo para mim.
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