Ele
era um expatriado que passava por aflições. Longe, buscava a paz, mas seus
vizinhos só pensavam na guerra. No meio de línguas mentirosas, clamou e Deus o
atendeu (Sl 120).
Foi convidado para adorar em
Jerusalém. O caminho era cheio de perigos. Os montes poderiam esconder
assaltantes, quadrilhas que atacavam, molestavam e roubavam as caravanas de
peregrinos.
As estradas pedregosas e sinuosas poderiam fazê-lo tropeçar e
impedir que ele chegasse ao seu destino. Tanto corria o risco de ser ferido
pelo sol escaldante do dia como o de ser desorientado pelo aluamento noturno.
Mas ele sabia que tinha um guarda poderoso, vigilante, que o guardaria do mal
até chegar a Jerusalém. O guarda de Israel, Senhor, Criador dos céus e da terra
(Sl 121). Por isso aceitou o convite com alegria, e esta alegria o acompanhou
até Jerusalém.
Lá em Jerusalém ele cantou: Alegrei-me quando me disseram: vamos à casa
do Senhor (Sl 122.1). O peregrino foi adorar movido por alegria. Uma
alegria profunda e contagiante, que afeta todo o ser, que faz brilhar os olhos,
e normalmente se manifesta de forma extravasante (Ex 4.14; Pv 15.30; Ne 12.43).
É a alegria de alguém que diz com entusiasmo: Oba! Que bom! Uma alegria que animava e dava forças para continuar
vivendo. Alegria que recarregava as baterias.
Deus
quer uma adoração com alegria. Tempo e recursos devem ser ofertados com alegria,
testemunhando as bênçãos de Deus, compartilhando com outros. (Dt 12.7,12,18;
14.26; 27.7; 2 Cr 23.18; Sl 100.2). As festas religiosas ordenadas por Ele eram
ocasiões para que seus filhos manifestassem a alegria pelo que havia feito (Lv
23.40; Dt 16.11,14,15).
Por
que adorar com alegria?
O
culto é um encontro com Deus. Da mesma forma que nos alegramos quando
encontramos com pessoas que amamos, o peregrino se alegrava por encontrar-se
com Deus. Para o israelita, o templo era o símbolo da presença de Deus (2 Cr
6.41), que era como um rio suprindo a cidade (Sl 46.4). Por isto
Jerusalém, a cidade do templo, era a maior alegria (Sl 137.6). Na presença de
Deus há abundância de alegria (Sl 16.8-11;21.1,6; 68.3). Ele é, de fato, a razão da alegria do
adorador peregrino (Sl 43.4; 149.2). Deus está constantemente conosco, mas no
culto coletivo, este encontro pode ser expresso de forma pública. Como dois amigos
que estão sempre juntos, mas é diante dos outros amigos que todo calor de sua
amizade é mais conhecido. Assim, o culto deve ser alegre porque nele
expressamos publicamente nossa comunhão com Deus.
O
culto é um tempo de testemunhar nossa salvação. Um exemplo disto é a
ocasião da oferta das primícias (Dt 26.1-11). O fiel tomaria parte de todos os
frutos, colocaria num cesto e iria até Jerusalém. No templo confessaria o que
Deus havia realizado para salvar o Seu povo, e depois festejaria com sua
família e outros adoradores os bens que Deus lhe havia concedido.
Também para nós, o culto deve ser a
oportunidade para, com alegria, celebrarmos a grande salvação que Deus já nos
deu. Éramos errantes, escravos do pecado, que nos consumia e maltratava. Deus,
em misericórdia, viu nosso sofrimento, nosso futuro miserável, e enviou Jesus
que pagou pelos nossos pecados. Também enviou o Espírito Santo que abriu nossos
olhos para enxergarmos tanto nossa real situação, como a maravilhosa graça
Dele. E assim nos trouxe para a terra da salvação e da esperança.
Transportou-nos para o Seu Reino (Cl 1.13). Esta deve ser uma alegria maior do
que a fartura de bens terrenos (Sl 4.7).
No culto antecipamos a plenitude de nossa
salvação.
A adoração não era apenas uma recordação do passado, mas um renovar da
esperança futura. Nele, o peregrino olhava para trás e para frente. O que Deus
tinha feito era a garantia de continuar cumprindo Suas promessas. A vinda do
Messias para completar a salvação ( Sl 118.21-24), o livramento dos inimigos
(Is 35.10; 51.11; 55.12; 61.7), a vinda de Deus para habitar plenamente com Seu
povo (Zc 2.10). E esta esperança o alegrava.
Também
nós, recordamos o sacrifício de Cristo, como o alicerce da Nova Jerusalém, onde
habitaremos para sempre, com eterna alegria. Saber que o mal será finalmente
vencido deve alegrar-nos (Ap 12.11,12; 18.20). Contemplar a glória leva-nos a esquecer
o sofrimento presente, e isto deve produzir alegria na adoração (Rm 8.18).
A
pessoa de Deus, e o que Ele fez e fará, deve nos motivar a cultuar com alegria,
e nos animar a enfrentar a vida entre cada culto que fazemos.
3 comentários:
Realmente pastor Almir, tem toda a razão, em afirmar esta verdade!
Sem alegria qualquer culto se torna um simples ajuntamento...
QUE POSSAMOS SER CADA VEZ MAIS DESPERTADOS PARA CULTUAR COM ALEGRIA, POR TUDO O QUE FOI CONQUISTADO NA CRUZ POR CRISTO JESUS.
AMÉM!!!
Maravilhosa esta mensagem e muito edificante.
Deus te abençoe, e te guarde.
Abraços.
AntonioTavares.
Então vem as perguntas: (1) Existem limites na espressão desta alegria no culto? e (2) Quais são esses limites?
Obs. Veja no link o meu novo blog em português.
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