sexta-feira, 6 de novembro de 2009

CULTO, UMA OPORTUNIDADE DE COMUNHÃO


No Salmo 122 o peregrino celebra a oportunidade de cultuar a Deus em Jerusalém, o centro do culto do crente na Antiga Aliança. Sua alegria começou no momento em que foi convidado para ir à Casa do Senhor, o templo que estava em Sião. Aquela alegria que inicialmente o atraiu é lembrada agora, depois que chegou, e faz com que ele esqueça os perigos, desconfortos e cansaço da viagem. Estava diante da recompensa, e dizia: valeu a pena!

Isto porque seus pés estavam agora firmes dentro dos muros da cidade que Deus havia escolhido como símbolo da Sua morada. O valor da cidade estava naquilo que ela significava, na função que Deus LHE designara. É isso que o peregrino canta na segunda parte do salmo.

A cidade foi edificada para ser um centro de comunhão. Esta idéia aparece no verso três, e tem sido traduzida como “compacta” ou “bem sólida”. Na língua original dois termos são usados. Um expressa a idéia de “ajuntado”, “reunido”, “em comunhão”, o outro de “estar unido”. A versão grega traduziu com um termo que indica sociedade, companheirismo, participação compartilhada. Jerusalém foi construída para ser um local de unidade e comunhão do povo de Deus, era o centro onde a comunidade se reunia e manifestava sua unidade. Esta união não quer dizer uniformidade, pois eram doze tribos que subiam. Havia uma diversidade. Cada tribo era uma tribo distinta. O que as unia era o fato de serem do SENHOR (verso 4).

Um dia Deus vai restaurar a Jerusalém terrestre como local de adoração e comunhão de Seu povo (Is 2.3). Mas, hoje nossa comunhão se manifesta na Igreja, o templo que Deus está construindo na atual dispensação (Ef 2.19-22; 4.16). É na reunião com outros irmãos que celebramos a nova aliança (1 Co 11.25,33), que cultuamos nosso Deus com alegria (Ef 5.19; Cl 3.16).

Este culto deve ser momento de comunhão, não apenas com Deus, mas também uns com os outros. Na Igreja, pessoas diferentes foram unidas num corpo (1 Co 12.13). Apesar das diferenças elas têm muito em comum (Ef 4.4-6). Só que esta unidade demanda esforço, ela não ocorre automaticamente (Ef 4.3). A alegria é completada através da unidade (Fp 2.1-4).

A igreja primitiva manifestava esta unidade. Perseveravam juntos, conheciam as necessidades uns dos outros, ajudavam-se mutuamente, compartilhavam refeições, e participavam de momentos alegres em união (At 2.42, 44,46).

Em muitas igrejas isto não ocorre. As pessoas chegam para o culto já em cima da hora, ou até atrasados, participam dos cânticos, escutam a mensagem, doam suas ofertas, e saem correndo para casa, para suas atividades individuais. Não há interesse em conhecer os outros adoradores, desejo de saber de suas alegrias e tristezas, de compartilhar de suas necessidades, de se prontificar para ajudar os que precisam.

Algumas vezes a idéia demonstrada é mais de pessoas que vão a um mesmo cinema assistir o mesmo filme, no mesmo horário, do que de adoradores que vão manter comunhão com Deus e uns com os outros. Não podemos falar de nossas igrejas como um grupo compacto, sólido e unido.

Da mesma maneira que Israel testemunha ter um só Deus através da adoração num só lugar, nós testemunhamos que Deus enviou Jesus através da unidade (Jo 17.21), testificamos que somos seguidores de Jesus através do amor uns para com os outros (Jo 13.35), manifestamos que passamos da morte para a vida ao amar os irmãos (1 Jo 3.14).

Note quantos mandamentos no Novo Testamento são acompanhados da expressão uns aos outros, e conclua que o cristianismo é coletivo, comunitário, e não uma espiritualidade individualista. Quando for ao culto procure adorar também através da comunhão. Assim, o ir a casa do SENHOR será motivo de alegria para você e para Deus. Pois, Hebreus 13.16 diz Não negligencieis, igualmente, a prática do bem e a mútua cooperação (comunhão) ; pois, com tais sacrifícios, Deus se compraz.

Um comentário:

Avelar Jr. disse...

Pr. Almir

Gostei muito do texto. Pretendo republicá-lo em breve no meu blog com os devidos créditos.

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