Estes versos da Poesia “Meus 8 anos” de Casimiro de Abreu, refletem as lembranças que algumas pessoas têm dos tempos de sua infância. Anos saudosos, mesmo considerando a tendência que temos de idealizar nosso passado. Tempo de poucas e rasas responsabilidades, e de ingenuidade quanto aos problemas da vida. Tempo de crenças fáceis, e interesses ligeiros. Tempo de fáceis otimismos e grandes expectativas. Tempo de perdão rápido, e decepções fugazes. Tempo no qual um abraço e uma palavra são suficientes para expulsar o medo, e uma noite de sono manda embora as preocupações. Tempo na sua maior parte ocupado em brincadeiras, jogos, corre-corre e muitos sorrisos. Tempo de sonhos bons e esperanças de que o futuro será melhor. A infância deixa marcas! Troféus na estante da alma, mais alegres que as medalhas conquistadas nas competições escolares.
Mas, outras pessoas carregam memórias pesadas e tristes de sua infância. Recordam-na como tempo de abandono, abusos, desamor, desinteresse, cobranças desequilibradas e pressões desmedidas. Tempo de lutas e trabalhos como de adultos. Tempos de desavenças no lar e insegurança quanto ao futuro. Tempo de perdas e danos. Tempos de medos sem abraços, e ansiedades sem alívio. Tempo de críticas desanimadoras, e elogios só esperados. A infância deixa marcas. Cicatrizes na alma, pior que as marcas da varíola ou catapora. Carregamos pela vida ou as marcas de decepções ou os marcos de conquistas, todos da nossa infância. Ou talvez uma mistura dos dois, como os quadrinhos do Charlie Brown, que misturam humor e tristeza.
A expressão “desde a infância” aparece duas vezes no Novo Testamento e ilustra que desde a infância podemos carregar o ruim e/ou o bom. A primeira vez é em Marcos 9.21. Jesus e três de seus discípulos descem do Monte da Transfiguração, e se deparam com um pai aflito, pois seu filho tinha um espírito mudo. Este espírito provocava convulsões no menino, enrijecendo seus músculos, fazendo-o espumar e ranger os dentes, e lançando-o ou no fogo ou na água para matá-lo. Jesus perguntou ao pai do menino: Desde quando acontece isso? E a resposta foi: Desde a infância. Este texto mostra que o mal pode, desde cedo, deixar marcas nas pessoas. Desde a infância (o termo pode designar um período de 7 a 14 anos) que o demônio havia feito um ninho na vida daquele menino.
A Bíblia nos mostra que a vida das crianças não são territórios neutros, onde o mal não ataca (esta não foi a única vez que Jesus expulsou demônio de crianças, Marcos 7.24-30). Também não ensina que as crianças são seres inocentes e sem pecado. “Desviam-se os ímpios desde a sua concepção; nascem e já se desencaminham, proferindo mentiras.” (Salmos 58:3). “A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a afastará dela.”(Provérbios 22.15). Satanás pode dominar as pessoas desde a infância, por isso ele quer se apossar de nossas crianças. O mal rodeia nossos filhos, eles também são tentados. Devemos estar alertas a esta terrível verdade.
Mas a Bíblia também nos mostra a solução quando o mal domina nossos filhos: é buscar com fé o socorro em Jesus. Foi isso o que aquele pai fez, e Deus concedeu a bênção do livramento de seu filho (Marcos 9.24-27). Se você ainda carrega as marcas da maldade de sua infância, vá até Jesus. Ele pode te libertar. A segunda aparição da expressão está em 2 Timóteo 3.15, e ilustra que podemos trazer boas marcas desde a infância. “e que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus” são palavras que Paulo dirige a Timóteo, alertando-o quanto aos tempos difíceis que surgiriam com o aumento da maldade.
Ele deveria permanecer no que aprendeu, pois eram as letras sagradas, e estas tinham o poder de salvar sua vida. Ele tinha tomado conhecimento destas sagradas letras desde a infância (este termo inclui tanto crianças não nascidas, como recém-nascidos e os que eram amamentados). Este conhecimento permanecia com ele e tinha o poder de fazê-lo sábio para a salvação.
A melhor e mais importante ajuda que se pode dar a uma criança é compartilhar com ela a Palavra de Deus. Pais, governos, outras instituições, e até mesmo igrejas têm esquecido isso. Têm-se preocupado em dar muitas coisas importantes: educação para esta vida, saúde, alimentação, etc. Mas, o mais importante tem sido esquecido: dar-lhes o conhecimento para a salvação. Transmitir-lhes as sagradas letras. São estas palavras que podem livrar nossas crianças do domínio de Satanás. são estas palavras que podem mostrar para elas o caminho da salvação. São estas palavras que, misturadas com fé, podem levá-las para uma vida proveitosa aqui, e a felicidade eterna com Deus.
Como seu filho vai lembrar da infância? Com marcas do mal, ou com o conhecimento da salvação? O que está sendo transmitido para eles: as obras de Satanás, ou as Sagradas Letras? Daqui a alguns anos qual destes dois textos poderão ser aplicados ao seu filho? Desde a infância ele tem sido dominado pelo mal, ou desde a infância ele sabe as sagradas letras?
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