Várias vezes as Escrituras usam os elementos da natureza para
ilustrar verdades espirituais. Um dos exemplos está no Salmo 125. O adorador
peregrino, quando subia para cultuar em Jerusalém, notou que a cidade estava
assentada numa montanha e rodeada por outras. Isso dificultava que fosse
atacada e fornecia aos seus habitantes a sensação de segurança. Seus antigos
moradores chegaram a considerá-la inconquistável. O salmista usou este aspecto
geográfico para ilustrar a segurança daqueles que confiam em Deus.
Neste salmo, o que confia também é chamado de justo, bom e
reto de coração e que não se desvia para caminhos tortuosos (versos 3-5).
Na língua do Antigo Testamento o verbo “confiar” descreve
tanto a atitude exercida como o resultado causado por ela.
Confiar em Deus significa depender e apoiar-se n’Ele.
Encontrar n’Ele o centro de apoio, firmeza e solidez de que precisamos. Quem
confia, derrama o seu coração diante de Deus por acreditar que n’Ele está o
refúgio de que necessita. Por confiar em Deus, a pessoa segue o que Ele diz,
mesmo em situações de escuridão e tempestade. A confiança leva o fiel a
obedecer a Deus, fazendo o que é correto, afastando-se de tudo que desonra a Deus,
apegando-se a Ele com afeição e lealdade
em todas as situações. E quando surgem dificuldades e perigos na vida, aquele
que confia expressa em oração o seu pedido de socorro.
Confiar também significa a segurança que advém desta
confiança. Quem confia desfruta do sentimento de bem-estar, tranquilidade, descanso
sem preocupação e sem medo diante das ameaças.
Esta segurança é demonstrada em firmeza e estabilidade na
vida. Enquanto os que confiam em Deus são comparados ao monte de Sião, que não se abala, mas permanece para sempre,
os que não confiam são comparados à areia que não oferece apoio suficiente a
uma casa diante de uma tempestade, às ondas do mar que não conseguem se
estabilizar, também à palha que é
facilmente levada pelo vento de um lado para o outro, e ainda a um bêbado que
mal consegue se manter equilibrado (Mateus 7.26,27; Tiago 1.8; Salmo 1.4; Isaías
24.19).
A segurança é resultado da proteção de Deus. Tal como os
montes estavam rodeando Jerusalém, o Senhor também rodeava o seu povo. Ele pode
fazer isso enviando anjos para acampar ao redor dos seus, como fez para
proteger seu servo Eliseu (2º Reis 6.16-18; Salmo 91.11).
Para dar segurança ao Seu povo, Deus punirá e afastará o
mal deste mundo. Ele não permitirá o domínio permanente do ímpio. Os que se valem da maldade não têm a proteção
do Senhor, por isso não se estabelecerão neste mundo de modo definitivo. Os
ímpios serão desarraigados desta
vida. Para proteger as ovelhas é preciso mandar os lobos embora. O mesmo Deus
que protege, também condena.
Deus também guarda o que n’Ele confia para que não caia no
pecado. Desse modo, aquele que confia não se afastará do caminho para ter um
comportamento contrário ao correto (Mc 13.20;1 Co 10.13). Guardado pelo Senhor,
o fiel permanecerá e receberá o bem.
Podemos confiar em Deus, pois nesta confiança está a nossa
segurança. Nos braços de Deus
encontramos descanso e proteção (Dt 33.12), só Ele pode nos dar um sono
sossegado e tranquilo (Salmo 4.8).
Quando as preocupações chegarem, vamos lembrar: É Teu, somente Teu, todo trabalho, O meu
trabalho é descansar em Ti. Nas dúvidas, depressões, incertezas e problemas
devemos olhar para o que Deus é e para o
que Ele já fez e não para os nossos sentimentos. Lembrando que nada nem ninguém
poderá nos dominar a fim de nos afastar de Deus. Nem meus sentimentos, nem minha
dor e nem meu sofrimento, pois para os
filhos de Deus, o pior nunca dura.
Um comentário:
Ótimo texto que sintetiza sobre a confiança: Confiar em Deus, ontem, hoje e sempre!
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